Já foi há dez anos mas parece que foi ontem. Tanto ou mais do que o momento em que Pelé entregou a Cristiano Ronaldo a sua primeira Bola de Ouro da carreira, quando estava ainda no Manchester United, ficou aquela célebre frase “Podem soltar os fogos!”. Uns minutos depois, houve fogo de artifício na Madeira. Ficou como um capítulo histórico de uma carreira que ganhou proporções gigantescas, com mais quatro Bolas de Ouro ao serviço do Real Madrid, onde ganhou outras tantas Champions. Hoje, uma década depois, encontra-se numa nova realidade onde quer também fazer história. Mais história.

Depois da paragem nas competições internas no final do ano, a Juventus regressou aos compromissos oficiais com um triunfo fácil em Bolonha por 2-0, a contar para a Taça de Itália, onde Massimiliano Allegri aproveitou para poupar alguns elementos habitualmente titulares como Alex Sandro, Matuidi, Dybala, Mandzukic ou Cristiano Ronaldo. Objetivo? A Supertaça que, ao contrário do que aconteceu na maioria dos países europeus, não se realizou no início da temporada mas sim a meio. Frente ao AC Milan, o português pode ganhar o seu primeiro título na Vecchia Signora. Por isso, jogou este sábado só meia hora.

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No entanto, e se hoje era um dia especial para o capitão da Seleção Nacional, também não mais será esquecido pelo jogador que substituiu esta noite aos 61′: Moise Kean, avançado de 18 anos que foi pela primeira vez titular e marcou um dos golos.

Nascido em Vercelli, filho de pais costa-marfinenses, o jovem prodígio começou a jogar no Asti, mudou-se logo em 2007 para o Torino e acabou por sair para o rival Juventus três épocas depois, quando tinha apenas dez anos. Cumpriu toda a formação no clube e, em novembro de 2016, tornou-se o primeiro jogador nascido em 2000 a participar num encontro a contar para uma das cinco maiores ligas europeias, sendo no final dessa época o primeiro também a marcar.

Depois de ter sido uma temporada emprestado ao Verona, e de ter estado em destaque no Campeonato da Europa Sub-19 (ganho por Portugal no prolongamento frente à Itália que tinha no avançado a sua principal figura), Moise Kean regressou a Turim e, depois de dois encontros como suplente utilizado, na Serie A e na Liga dos Campeões, foi pela primeira vez titular no ataque da Juventus, fazendo o 2-0 aproveitando de forma rápida um ressalto na área já depois de Bernardeschi, no seguimento de um erro da defesa visitada, ter inaugurado o marcador. Em paralelo, o jogador mereceu também a primeira chamada à equipa principal transalpina de Roberto Mancini, tendo sido utilizado no particular frente aos Estados Unidos em Genk.