Quatro equipas, cinco encontros, nenhuma vitória. Sérgio Conceição começou a carreira de treinador no Olhanense, passou a seguir pela Académica, fez depois uma temporada no Sp. Braga e outra no V. Guimarães, teve a primeira experiência lá fora pelos franceses do Nantes e regressou depois a Portugal para agarrar no FC Porto. Só pelos algarvios não chegou a jogar em Alvalade mas surgia neste clássico com esse desafio – quebrar a malapata nas partidas disputadas fora com os leões.

O clássico que se pode explicar com os fenómenos atípicos fora dele (a crónica do Sporting-FC Porto)

Depois do empate sem golos em 2013/14 pelos estudantes contra o Sporting de Leonardo Jardim, o atual técnico dos azuis e brancos sofreu duas goleadas com os conjuntos minhotos (4-1 com o Sp. Braga em 2014/15, 5-1 com o V. Guimarães em 2015/16) e voltou a ter outra igualdade a zero no primeiro clássico pelos dragões, a contar para o Campeonato. Mais tarde na última época, Sérgio Conceição sofreu ainda mais uma derrota, por 1-0, na segunda mão da meia-final da Taça de Portugal. Agora, voltou ao “amargo” nulo contra os leões e não foi desta que conseguiu mudar a história. No entanto, no final do jogo, o treinador do FC Porto trazia uma certeza: “A haver um vencedor seriamos nós, não tenho dúvidas. É um sabor amargo, queríamos muito ganhar e sentimos que fomos mais fortes. “.

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“Queríamos vir aqui ganhar  jogo e preparamos a equipa para isso”, disse Sérgio Conceição na flash interview logo após o apito final, acrescentando, no entanto, que “não foi um jogo bem jogado”. “Podíamos e devíamos ter mais paciência com bola. Foi muito equilibrado na primeira parte, na segunda foi diferente. Estivemos por cima e tivemos as melhores ocasiões”, referiu. E o treinador não escondeu que encontrou um Sporting diferente, mais cauteloso, do estava à espera: “Preparámos o jogo em função do que foi o percurso deste treinador no Sporting mas deparámo-nos com uma situação diferente. Como equipa grande, campeões e primeiros classificados, temos de encontrar forma de tornear estas dificuldades”.

Por achar que a vitória seria o desfecho mais justo, Sérgio Conceição viu o jogo pela lógica do copo meio vazio, considerando que “a equipa perdeu dois pontos e não ganhou um”. Na primeira parte do clássico, referiu durante a conferência de imprensa, o jogo foi “equilibrado, sem grandes situações de finalização”, mas a segunda metade trouxe uma mudanças e uma visão de jogo diferente, onde os dragões estiveram “sempre por cima do jogo” e o Sporting “foi algo descontrolado”.

O empate com o Sporting traz outro peso para os portistas: vem colocar um ponto final nas 18 jornadas consecutivas a ganhar, um número que até esta segunda-feira só Jorge Jesus tinha alcançado com o Benfica em 2010/2011. Num balanço da primeira volta do Campeonato, o treinador mostrou-se cauteloso com a vantagem de cinco pontos que leva do segundo lugar, ocupado pelo Benfica, e recordou que na época passada o FC Porto terminou a primeira volta com 45 pontos, mais dois do que os que tem agora. “Somos candidatos [ao título] como os outros, mas estamos em primeiro”, referiu. “Acho que não vai haver um campeão como no ano passado, a fazer 88 pontos. Está mais difícil”, alertou, lembrando ainda que “ainda há muito ponto para disputar” e que o Sporting não está fora da luta pelo título “de maneira nenhuma”.