Os vizinhos da República Democrática do Congo (RD Congo) pediram esta segunda-feira uma recontagem dos votos das eleições presidenciais e sugeriram a formação de um governo de unidade nacional para evitar uma possível instabilidade.

As declarações dos blocos regionais da África Austral e dos Grandes Lagos colocam nova pressão sobre o governo do Presidente cessante Joseph Kabila para encontrar uma solução pacífica e transparente para uma crescente crise eleitoral numa das maiores e mais ricas nações de África.

Os líderes dos Grandes Lagos emitiram uma nota durante a noite na qual expressaram “profunda preocupação” sobre os vários desafios decorrentes dos resultados oficiais e exortaram as autoridades congolesas a serem mais transparentes no interesse da estabilidade do país.

Esta nota foi seguida de uma declaração similar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, que inclui poderes regionais da África do Sul e Angola e que raramente desafia os resultados eleitorais dos países.

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Os resultados das eleições presidenciais de 30 de dezembro na RDCongo deram a vitória ao candidato da oposição Félix Tshisekedi, que conquistou 38,57%.

O outro candidato da oposição Martin Fayulu (coligação Lamuka) ficou em segundo lugar com 34,86% e contestou de imediato os resultados, denunciando o que considera ser um “golpe eleitoral”.

O candidato apoiado pelo partido do Governo, Emmanuel Ramazani Shadary, considerado o delfim do Presidente Joseph Kabila – que estava impedido de se candidatar pela Constituição — ficou em terceiro lugar.

Martin Fayulu garante que a sua formação ganhou 61% dos votos nas eleições de 30 de dezembro e não 34,86%, de acordo com dados da Comissão Eleitoral (CENI).

O líder do Lamuka (“Awaken” em Lingala) acusa Félix Tshisekedi de ter feito um acordo com Kabila para ganhar o poder.

Segundo a comissão eleitoral, a data para a posse presidencial é 22 de janeiro.