Luka Dončić é o jogador sensação da presente temporada da NBA. O esloveno de apenas 19 anos chegou aos Dallas Mavericks durante o verão de 2018, depois de três anos ao serviço do Real Madrid, e está a realizar uma época notável, sendo atualmente o favorito para vencer o prémio de rookie do ano. Ora, que o base vai ser um dos melhores basquetebolistas dos próximos anos e que pretende seguir as pisadas de Kobe Bryant, LeBron James, James Harden e companhia, já não existem grandes dúvidas; mas Kevin Durant decidiu levantar algumas questões sobre os motivos da qualidade de Dončić.

Depois do final do jogo entre os Dallas Mavericks e os Golden State Warriors — que a equipa da Califórnia até venceu, por 119-114 –, Durant foi questionado sobre a qualidade de Luka Dončić e, ainda que tenha atestado a capacidade e o talento do esloveno, explicou que o base tem uma vantagem que considera “injusta”. “Ele é um grande jogador e vai continuar a ser ainda melhor, mas também leva uma vantagem sobre os outros rookies. Ele jogava na segunda melhor liga do mundo no ano passado [a liga espanhola], enquanto os colegas dele estavam na universidade e tinham que estudar para manter as boas notas. Ele só se concentra no basquetebol desde os 14 anos, é normal ser bom. Isso dá-lhe vantagem e nota-se que não é inseguro, não tem medo nos momentos importantes. Isso vai ser uma valência na NBA”, disse o ala de 30 anos.

Luka Dončić em maio de 2018, ainda ao serviço do Real Madrid

A afirmação de Kevin Durant colocou em debate um tema há muito polémico no cerne da NBA: o facto de a maioria das franquias não atribuir aos jogadores europeus o valor devido e de duvidar, normalmente, do nível de rendimento que um basquetebolista que não seja norte-americano pode ter nos Estados Unidos. Quando Luka Dončić foi a terceira escolha dos Atlanta Hawks no draft de 2018 — só posteriormente se juntou aos Mavericks, por troca com Trae Young –, muitos opinion makers defenderam na imprensa desportiva norte-americana que a aposta no base esloveno era arriscada e desmedida, principalmente pelo facto de o jovem não ter passado pela National Collegiate Athletic Association (NCAA), a liga de basquetebol universitário dos Estados Unidos. Outros, porém, garantiam que Dončić tinha dado todas as provas necessárias ao ser considerado o melhor jogador da EuroLeague, a principal competição europeia de basquetebol. Agora, numa altura em que a conquista do prémio de rookie do ano parece ser já inevitável, as vozes mais críticas deram a volta ao texto e recordam que o arco de evolução do esloveno será mínimo quando comparado com jogadores que chegaram à NBA com menos experiência.

Seja como for, Luka Dončić já se tornou o mais novo de sempre dos Dallas Mavericks a marcar 20 pontos num jogo e no final de dezembro inscreveu mesmo o nome na história da NBA, ao tornar-se o jogador mais novo de sempre a concretizar sete lançamentos triplos numa só partida. No braço esquerdo, para além da camisola número 7 que usava em Madrid e de um tigre, o esloveno tatuou a frase non desistas, non exieris — nunca desistas, nunca te rendas. Seja porque não teve de se preocupar com as aulas, porque aos 19 anos já tem três de experiência na segunda melhor liga de basquetebol do mundo ou simplesmente porque nunca desistiu e nunca se rendeu, Luka Dončić é um candidato sério a ser um dos nomes maiores dos próximos anos da NBA.

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