Duas dezenas de pessoas foram detidas esta terça-feira em Portugal e na Bélgica por suspeitas de envolvimento numa rede internacional de casamentos de fachada para conseguir vistos, divulgou a Europol.

O organismo europeu de polícia refere que foram detidas 17 pessoas na Bélgica e três em Portugal por suspeitas de pertencerem a um grupo de crime organizado que recrutava mulheres portuguesas para casarem com homens paquistaneses, que nunca tinham visto, a troco de “vários milhares de euros”.

Depois dos casamentos, os casais viajavam para a Bélgica, onde as mulheres começavam a trabalhar em empresas que seriam de de fachada e cujas ações tinham de comprar para permitir aos maridos a permanência na União Europeia, a obtenção de vistos de residência e de prestações sociais. As mulheres dos casais transferiam entre si a propriedade das ações para possibilitar outros recrutamentos.

Depois disso, de um modo geral, as mulheres regressavam a Portugal e só voltavam à Bélgica ocasionalmente para controlos policiais e das autoridades de imigração belgas.

A intervenção das autoridades dos dois países, feita através de uma equipa formada por membros da Polícia Federal Belga e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras português, aconteceu esta terça-feira em Lisboa, no Algarve e nas cidades belgas de Ieper e Bruxelas.

Em Portugal, as autoridades detiveram três pessoas, fizeram nove buscas domiciliárias e apreenderam telemóveis e computadores. Na Bélgica, foram detidas 17 pessoas em 18 buscas domiciliárias, em que foram descobertos 43 paquistaneses em situação irregular.

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