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Lage, de interino a Grande Líder em pouco mais de 24 horas (a crónica do V. Guimarães-Benfica)

Este artigo tem mais de 5 anos

O Benfica foi a Guimarães vencer pela margem mínima e garantir as meias-finais da Taça. Lage passou de interino a Grande Líder em pouco mais de 24 horas e alcançou a terceira vitória consecutiva.

Há dois anos que o Benfica não chegava às meias-finais da Taça de Portugal
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Há dois anos que o Benfica não chegava às meias-finais da Taça de Portugal

Ivan Del Val/Global Imagens

Há dois anos que o Benfica não chegava às meias-finais da Taça de Portugal

Ivan Del Val/Global Imagens

Têm sido dias agitados no Estádio da Luz. Menos de duas semanas depois da saída de Rui Vitória, o Benfica já venceu dois jogos, o antigo técnico já assinou pelo Al Nassr, já deu uma entrevista onde confessou que nos últimos tempos se sentiu “sozinho” e já partiu para a Arábia Saudita e Bruno Lage já passou de interino a efetivo. Entretanto, numa altura de tirar a cabeça de fora das águas agitadas para encontrar marés tranquilas, os encarnados jogaram na passada sexta-feira, jogaram esta terça-feira, voltam a jogar na próxima sexta e jogam novamente na terça da próxima semana. Tudo menos tranquilidade.

Face à exigência e concentração competitiva, seria de esperar que Bruno Lage poupasse alguns dos habituais titulares nos jogos do Campeonato e colocasse em campo jogadores menos utilizados e com menos minutos acumulados. Ainda assim, e tal como referiu na antevisão da partida, o treinador encarnado vê a Taça de Portugal como uma das prioridades da temporada e viajou até Guimarães na máxima força. Na ausência dos lesionados Jonas e Rafa, Lage lançou os mesmos dez jogadores de campo que na sexta-feira venceram o Santa Clara e só tirou Vlachodimos para dar minutos a Svilar. Quer isto dizer que o 4-4-2 voltou a substituir o 4-3-3, que João Félix e Seferovic voltaram a fazer dupla na frente, que Zivkovic descaiu na ala esquerda e Pizzi na direita, que Gabriel voltou a ser titular ao lado de Fejsa, em detrimento de Gedson, e que a rotinada linha defensiva de quatro, com André Almeida, Rúben Dias, Jardel e Grimaldo, em nada se alterou.

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Ficha de jogo

V. Guimarães-Benfica, 0-1

Quartos de final da Taça de Portugal

Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães

Árbitro: Hugo Miguel (AF Lisboa)

V. Guimarães: Miguel Silva, Sacko, Osorio, Pedrão, Rafa Soares, Wakaso, Joseph (Estupiñán, 75′), Ola John (João Carlos Teixeira, 67′), Mattheus Oliveira (Hélder Ferreira, 67′), Davidson, Guedes

Suplentes não utilizados: Douglas, Florent, Pepê, Venâncio

Treinador: Luís Castro

Benfica: Svilar, André Almeida, Rúben Dias, Jardel, Grimaldo, Fejsa (Samaris, 45′), Gabriel, Pizzi (Gedson, 84′), Zivkovic (Salvio, 60′), João Félix, Seferovic

Suplentes não utilizados: Odysseas, Krovinovic, Cervi, Castillo

Treinador: Bruno Lage

Golos: João Félix (14′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Jardel (24′), Osório (32′), Pizzi (33′), Joseph (69′), André Almeida (83′), Samaris (85′), Svilar (86′), Wakaso (88′)

Do outro lado, e ao contrário do que se disse nos últimos dias, Luís Castro ainda não pôde contar com o lesionado André André e também não tinha Tozé, que foi expulso no jogo da última jornada do Campeonato. Mattheus Oliveira assumiu então o lugar do português no meio-campo, Joseph entrou para o onze em detrimento de Pepê e Miguel Silva assumiu a titularidade na baliza vitoriana, em troca com o brasileiro Douglas. O treinador do V. Guimarães, insistentemente associado ao Benfica nos dias logo após a saída de Rui Vitória, pretendia regressar a uma final que o clube bem conhece nos anos mais recentes: desde 2010/11, o V. Guimarães chegou à final da Taça de Portugal em três ocasiões, perdendo duas e conquistando uma (precisamente contra o Benfica). Para isso, era necessário receber, anular e vencer os encarnados.

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Zivkovic poderia ter feito um dos golos mais rápidos desta edição da Taça de Portugal, logo ao segundo minuto de jogo, quando recebeu uma bola de forma exemplar à entrada da área e soube intrometer-se no meio da defesa do V. Guimarães. No confronto direto com Miguel Silva, porém, o médio sérvio rematou contra o corpo do guarda-redes. Os vitorianos souberam anular as transições encarnadas nos primeiros minutos de jogo, ainda que o Benfica tivesse sempre mais bola e mais vontade — os comandados de Bruno Lage mostraram desde o apito inicial uma reação louvável à perda de bola, com uma agressividade e intensidade sem bola que há algum tempo não se via nos encarnados. O V. Guimarães aproveitava o filão do corredor esquerdo, direito da defensiva benfiquista, que muitas vezes ficava desprotegido face às subidas de Pizzi, que depois não recuava para fazer a dobra a André Almeida.

[Carregue na imagens para ver os melhores momentos do V. Guimarães-Benfica:]

Num jogo muito dividido no meio-campo e muito tático, com os jogadores a mostrarem a cada passo que estudaram a fundo as movimentações do adversário, Rúben Dias desbloqueou a organização defensiva com uma grande passe que encontrou João Félix em desmarcação ao passar do minuto 14. O avançado de 19 anos, que já tinha bisado contra o Rio Ave, na estreia de Bruno Lage, dominou de forma quase perfeita com o pé esquerdo e rematou com o pé direito, inaugurando o marcador e assinando assim a folha de jogo em todas as competições internas em que já participou (Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Segunda Liga). Mérito para Félix mas mérito também para o central que, tal como o próprio avançado exclamou durante os festejos, ofereceu uma “grande bola”.

Guedes, o herói da Taça do ano passado — marcou os dois golos que valeram ao Desp. Aves a inédita conquista do troféu, frente ao Sporting, na final do Jamor –, podia ter empatado logo no lance seguinte mas o remate à meia volta no coração da área encarnada saiu ao lado da baliza de Svilar. O V. Guimarães foi tentando procurar a profundidade, sempre por intermédio de Joseph, o jogador vitoriano mais em evidência no primeiro tempo, e até terminou a primeira parte bem no interior do meio-campo encarnado, mas sem conseguir criar desequilíbrios que apanhassem a defesa adversária desposicionada ou em falso. Do outro lado e à exceção de um lance criado por André Almeida no corredor contrário ao seu, no seguimento de uma bola parada, o Benfica não voltou a ter ocasiões de golo e dedicou os principais esforços à recuperação de posse e ao domínio, ainda que sem bola, do meio-campo. Na ida para o intervalo, os encarnados sabiam que a estatística jogava a seu favor: sempre que, contra o V. Guimarães no D. Afonso Henriques, tinham ido para o descanso a vencer, acabaram por ganhar a partida.

Logo na entrada para a segunda parte e com a confiança que o jogo estava controlado o suficiente para dar início À lista de poupanças, Bruno Lage tirou Fejsa e lançou o pouco utilizado Samaris. O V. Guimarães assumiu o leme da partida, com os homens mais recuados a jogar muito perto da linha do meio-campo, e o Benfica baixou os blocos e juntou os setores, com o combativo Seferovic a fazer a ligação entre a defesa e o ataque, com Zivkovic (e Salvio a partir dos 60 minutos) e Pizzi nas linhas e João Félix mais isolado lá na frente. Apesar da superioridade e da indiscutível maior percentagem de posse de bola, os vitorianos mostravam-se muito precipitados na hora do passe decisivo e tiveram muitas dificuldades para conseguir colocar bolas em zonas de concretização. Ainda assim, mudando o azimute daquilo que tinha acontecido durante a primeira parte, o V. Guimarães aproveitou as recorrentes perdas de bola de Grimaldo no corredor direito da defesa benfiquista para construir a partir daí e tentar oferecer golos a Guedes.

Apesar da vantagem mínima, o Benfica mostrou pouca vontade de chegar ao segundo golo e descansar os corações dos adeptos e o de Bruno Lage, que esteve sempre muito ativo junto à linha técnica. Sempre que o ataque era lançado, normalmente em contra-ataque ou através de passes longos, Seferovic, Pizzi e Salvio estavam muito longe da área adversária e acabavam por perder a posse durante a cavalgada, com mérito para os centrais vitorianos, que estiveram perto do exemplar no que toca às recuperações defensivas e ao posicionamento. Com o avançar dos minutos, o Benfica foi perdendo frescura e intensidade na luta pela bola, o que motivou vários calafrios junto à baliza de Svilar — principalmente depois das entradas de João Carlos Teixeira, Hélder Ferreira e Estupiñán, que vieram trazer velocidade e rebeldia a um ataque que estava demasiado adormecido. Ainda assim, e à exceção de um remate de Davidson, o V. Guimarães nunca chegou sequer a criar verdadeiras oportunidades de golo, limitando-se aos passes em profundidade que terminavam nas mãos do guarda-redes encarnado e aos cruzamentos para Guedes que Jardel e Rúben Dias controlavam. O Benfica, sem deslumbrar mas sólido e em bloco, manteve a margem mínima até ao final e garantiu a vitória.

O V. Guimarães dominou toda a primeira parte e não permitiu ao Benfica controlar, pensar e criar em zonas adiantadas mas não teve critério suficiente para chegar ao empate e discutir a passagem às meias-finais. Bruno Lage passou de interino a grande líder — como garantiu que os jogadores olham para ele — em pouco mais de 24 horas e além do passaporte para as meias-finais da Taça de Portugal carimbou a terceira vitória consecutiva dos encarnados e a terceira vitória em três jogos no banco técnico do Benfica. O 4-3-3 passou a 4-4-2 e a equipa sem reação tem agora a sua maior valência na recuperação de bola e na luta pela posse. “A mensagem é de tarefa, de perceber as dinâmicas”, disse Lage na antevisão da partida. Parece que, por agora, a dinâmica é tão simples como marcar e não sofrer.

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