A Nissan tem procurado ter uma postura disruptiva, umas vezes com sucesso, outras nem por isso. Arriscou com o Qashqai e acabou por render grande parte dos consumidores à moda dos SUV; chegou-se à frente com o Leaf e fez dele o primeiro eléctrico a conquistar as massas. Agora pretende dar outro passo rumo ao desconhecido, ousando apresentar um concept que, segundo a marca, inaugura um novo segmento: o dos “sedans desportivos elevados”…

Ora, uma maior altura ao solo está longe de fazer maravilhas ao comportamento de um veículo, sendo os SUV um exemplo fragrante disso. Mas, ainda assim, o construtor nipónico arrisca propor um conceito algures a meio caminho entre uma berlina de quatro portas e um crossover. Não é carne nem é peixe, passe a expressão, é sim a “expressão máxima da mobilidade inteligente da Nissan”. Porquê? Porque concilia aquilo que o construtor japonês entende que serão os pilares do futuro: electrificação, conectividade e condução autónoma.

Exteriormente, o resultado final até consegue ser elegante, com o IMs a exibir uma estética futurista, em que se destacam a ausência de grelha à frente e as portas traseiras suicidas, para facilitar o acesso dos passageiros aos lugares de trás – tanto mais que o tejadilho assume uma trajectória vincadamente descente, sem pilar B, rumo à traseira. E esta, por sua vez, é rasgada por uma fina linha de LED a toda a largura.

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Combinar o formato de um sedan com a altura ao solo de um crossover já seria, por si só, suficientemente audaz. Mas a Nissan foi ainda mais longe na concepção do interior, propondo uma arquitectura em que o lugar do condutor é elevado ao estatuto de “premier seat”, embora todo o habitáculo tenha sido projectado para tirar partido da condução autónoma. Daí que o volante recolha, por exemplo, e que os dois lugares posteriores surjam numa posição mais recuada, podendo o condutor girar a sua “poltrona” para ficar de frente para os restantes ocupantes. Quanto ao estilo do interior, é marcado pelo contraste entre os revestimentos escuros e os detalhes dourados. Uma atmosfera que pode não ser muito bonita – ‘gostos não se discutem’ –, mas é decididamente brilhante…

A assegurar as despesas da locomoção encontram-se dois motores eléctricos, um por eixo, o que converte o IMs num tracção integral com uma potência conjunta de 490 cv e 800 Nm de binário máximo. A bateria de 115 kWh renderá, segundo a Nissan, uma autonomia na casa dos 612 km – o que é obra, olhando para as agressivas jantes de 22 polegadas que, se garantidamente contribuem para reforçar a imagem desportiva deste concept, em nada favorecem consumos contidos.

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