O Presidente norte-americano, Donald Trump, rejeitou na segunda-feira uma resolução parlamentar que permitiria a abertura temporária do governo, declarando que “nunca iria recuar”, quando o encerramento de serviços governamentais federais entra na quarta semana.

Trump rejeitou a sugestão de reabrir todos os serviços governamentais durante várias semanas, enquanto continuariam as negociações com os democratas sobre a sua pretensão de obter 5,7 mil milhões de dólares para construir um longo e insuperável muro na fronteira com o México.

Por outro lado, manteve de pé a possibilidade de declarar uma emergência nacional para dispensar a autorização do Congresso.

Não estou a pretender declarar uma emergência nacional”, afirmou. “Isto [obter o financiamento] é tão simples que não deveríamos de ter o fazer”, adiantou Donald Trump.

Aparentemente, o impasse entre o republicano Trump e os democratas mantém-se, depois de um fim de semana sem negociações.

A sua decisão de rejeitar a proposta do senador republicano Lindsay Graham, para uma abertura temporária, eliminou uma possibilidade de saída, sem alternativa à vista.

Os congressistas republicanos estão à espera de um sinal de Trump sobre futuros posicionamentos, ao passo que os democratas mantêm a recusa inicial de financiar o muro e a sua exigência de abertura do governo antes de qualquer negociação.

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O impacto dos 24 dias de ‘shutdown’ está a ser sentido em todo o país.

Cerca de 800 mil funcionários públicos não receberam salário, o que aumentou as ansiedades relativas ao pagamento de crédito imobiliário e outras contas, e metade deles nem está a trabalhar, o que provocou o encerramento de vários serviços governamentais.

Os viajantes que usam o aeroporto de Atlanta, o mais ocupado dos EUA, confrontaram-se na segunda-feira com tempos de espera superiores a uma hora, perante a falta de pessoal nas inspeções de segurança.

Trump passou o fim de semana na Casa Branca reunido com assessores e congressistas e mandando mensagens agressivas, através da rede social Twitter, para com os democratas, procurando defender a opção pelo muro com argumentos simultaneamente de segurança e humanitários.

Ao discursar numa convenção de agricultores, em New Orleans, no domingo, insistiu neste ponto, alegando que “não há substituto” para um muro ou uma barreira na fronteira sul.

Trump continuou a insistir neste ponto e na reivindicação de poder assinar uma declaração de emergência nacional para lidar com o que diz ser uma crise de contrabando de droga e tráfico de mulheres e crianças na fronteira. Mas parece agora não estar com pressa em avançar com tal declaração.

Em vez disso, está a pressionar os democratas para regressarem à mesa das negociações, apesar de ele próprio se ter levantado da última reunião.

Na última quarta-feira, saiu da sessão negocial com os líderes dos democratas no Senado e na Câmara dos Representantes, depois de Nancy Pelosi lhe dizer que não concordava com o financiamento do muro, mesmo que reabrisse o governo.

Pentágono estende destacamento de militares na fronteira com o México

O destacamento de tropas norte-americanas na fronteira com o México, para reforçar a segurança e evitar o acesso de migrantes ao país, foi alargado até setembro, anunciou na segunda-feira o Pentágono.

O secretário da Defesa em exercício, Pat Shanahan, aprovou o pedido de assistência do Departamento de Segurança Interna até 30 de setembro de 2019”, disse um porta-voz do Pentágono, em comunicado.

Patrick Shanahan assumiu o comando das Forças Armadas no primeiro dia do ano, depois de Jim Mattis ter apresentado a demissão no dia 20 de dezembro, na sequência do anúncio inesperado do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump de retirar as tropas norte-americanas da Síria.

Estava inicialmente previsto que os militares permanecessem na fronteira com o México até 15 de dezembro, mas, no final de novembro, Jim Mattis prolongou a missão até ao fim de janeiro, desconhecendo-se então se o prazo podia vir a ser prolongado novamente.