A justiça italiana condenou esta segunda-feira o senador o político de extrema-direita Roberto Calderoli,  a 18 meses de prisão, com pena suspensa, por este ter comparado a antiga ministra da Integração, Cécile Kyenge, a um “orangotango”, noticia o El Español. 

O Tribunal de Bérgamo deu como culpado o senador italiano pelas acusações feitas em 2013, à antiga ministra natural da República Democrática do Congo, considerando-as difamações agravadas pelo ódio racial, refere o jornal britânico The Guardian. Na altura, Cécile Kyenge era a única representante do executivo de Eurito Letta, de centro-esquerda. com origens africanas.

Não me consola que quando pesquiso na internet veja fotografias do Governo. Amo os animais, os ursos e os lobos, como é conhecido, mas quando vejo imagens de Kyenge não posso deixar de pensar, ainda que não diga que o seja, nos bandos de orangotangos”, disse na altura Roberto Calderoli, membro do último governo do ex primeiro-ministro, Silvio Berlusconi.

Após as polémicas declarações, o ministro do partido reconheceu que cometeu “uma idiotice”, justificando as suas palavras pelo calor do momento. Calderoli, do partido Liga do Norte, acabou por pedir desculpa no Parlamento.

A antiga ministra considera que a decisão do tribunal foi justa e uma “condenação importante”, sublinhando que ajuda na “luta contra o racismo”, apesar da pena ser suspensa.

Isso significa que ainda há juízes que conseguem vigiar a cena política e pública e mostra que também estão a tentar falar em nome do respeito e da dignidade das pessoas [que sofrem ataques racistas] e dos direitos fundamentais. As palavras são pesadas e, quando vêm de um político, correm o risco de ter um impacto muito negativo ”, refere  Cécile Kyenge ao The Guardian.

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