O calor contido no oceano atingiu o valor mais alto de sempre em 2018, e só o aumento em relação a 2017 representa o equivalente a 100 milhões de vezes o calor produzido pela bomba atómica em Hiroshima.

O valor foi medido por uma equipa internacional de investigadores, que se concentrou nos valores de temperatura encontrados em profundidades até de 2000 metros.

Esta medida é considerada a melhor para avaliar as alterações climáticas provocadas pela concentração de gases com efeito de estufa produzidos pela atividade humana.

“Os novos dados, juntamente com vasta literatura, servem como mais um aviso aos governos e ao público em geral sobre o inevitável aquecimento global que vivemos. O aumento da temperatura oceânica e global já aconteceu e provocou estragos graves e perdas económicas e sociais”, sublinhou Lijing Cheng, o principal autor do estudo, publicado hoje na revista científica Advances in Atmospheric Sciences.

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O aumento do calor oceânico em relação a 2017 foi o equivalente a 388 vezes a produção de eletricidade da China no mesmo ano, indicou a equipa.

É uma tendência que se acentuou desde a década de 1950, quando começaram os registos.

A maior concentração de calor nos mares significa níveis da água mais elevados, com riscos para as zonas costeiras, contaminação de água potável, maior probabilidade de tempestades, destruição dos recifes de coral, colapso dos gelos polares e condições meteorológicas extremas.