Juan Moreno já tomou posse como novo presidente do Parlamento da Andaluzia. O novo líder da região autónoma, que chega ao poder com o apoio da extrema-direita, ouviu da sua antecessora uma mensagem que Susana Díaz (futura líder da oposição) lhe tinha reservado: “O senhor chega à presidência da Junta com os herdeiros do franquismo.”

Apoiado pelo Ciudadanos e pelo Vox, Moreno tem, ainda assim, uma maioria ténue no Parlamento regional. Contra os seus 59 votos — que a porta-voz do Podemos dizem formar “o Governo dos ricos” —, há os outros 50 lugares da oposição.

Numa das primeiras intervenções nas funções que assumiu esta quarta-feira, Juan Moreno já anunciou os primeiros passos que vai dar: uma auditoria financeira às contas da região autónoma e um corte nos impostos sobre heranças.

Apesar da dura posição que recebeu de Díaz, Moreno garante que a nova líder da oposição andaluz contará com “as portas abertas” no seu gabinete.

A estrutura do novo Governo está desenhada, os rostos que vão formar o seu Governo deverão ser conhecidos em breve. “Na segunda-feira darei conta de qual será o Conselho de Governo”, anunciou.

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No segundo dia da tomada de posse do novo presidente da Andaluzia, Francisco Serrano, porta-voz do partido de extrema direita Vox, foi um dos intervenientes. “Somos um partido de um extremo senso comum” que pretende “representar os espanhóis e andaluzes que estão saturados da linguagem exclusiva”.

Perante as críticas pela chegada ao poder de um partido da extrema-direita espanhola, Serrano partiu para o ataque: disse que “os princípios” do seu partido “foram tirados borda fora pela ditadura ideológica da esquerda totalitária.”

Serrano ainda viu o novo presidente da Andaluzia sair em sua defesa. No final da cerimónia de tomada de posse, Moreno disse que não gosta de “etiquetar ninguém”. O Vox “é um partido novo” e só o tempo deixará claro “em que espectro político se move” a força apresentada como um partido de extrema-esquerda. “O Partido Popular é um partido que cumpre, vamos fazer com que o acordo” com os dois partidos “seja cumprido”.

Nas eleições de dezembro, os partidos tradicionais espanhóis foram os grandes derrotados da noite eleitoral. O Partido Socialista foi, de resto, protagonista pelas piores razões, ao perder 14 dos 47 lugares que detinha no Parlamento Andaluz.