Três agências das Nações Unidas exortaram esta quarta-feira os países da África Ocidental e Central a fazerem mais esforços para pôr fim às novas infeções de HIV entre crianças e adolescentes, incluindo a resolução dos problemas relativos à igualdade de género.

O apelo foi lançado após uma reunião de alto nível em Dacar, capital do Senegal, pela ONUSIDA, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), face à epidemia que se propaga nos países africanos, nestas regiões.

Em 2017, cerca de 800.000 crianças e jovens da África Ocidental e Central entre os 0 e os 19 anos viviam com HIV — o segundo número mais elevado do mundo após África Oriental e Austral.

Neste ano, aproximadamente 67.000 crianças (0 a 9 anos) e 69.000 adolescentes (10 a 19 anos) foram infetados novamente pelo HIV e dois terços (46.000) dos adolescentes recém-infectados eram raparigas.

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Embora tenha havido progressos em alguns países no combate a novas infeções por HIV entre crianças – 11 países registaram uma redução de mais de 35% entre 2010 e 2017, entre os quais Cabo Verde – noutros, incluindo a Nigéria, que tem a maior epidemia na região, o número não diminuiu.

“Os países da África Ocidental e Central têm a oportunidade real de fazer uma mudança positiva para as crianças e os jovens”, disse o diretor executivo da ONUSIDA, Michel Sidibé, citado num comunicado.

O mesmo responsável sugeriu que as questões subjacentes, incluindo desigualdade de género e discriminação generalizadas, “precisam de ser abordadas com urgência para que os obstáculos que se coloca à obtenção de resultados possam ser removidas e mais vidas possam ser salvas”.