Está marcada a nova greve dos enfermeiros nos centros de saúde e hospitais do país. A paralisação ocorre em diferentes dias consoante as regiões entre 22 e 25 deste mês. Assim, no dia 22 acontece em Lisboa e Vale do Tejo, a 23 no Centro, a 24 no Norte e termina no dia 25 no Sul. Este foi o resultado da reunião desta quinta-feira de manhã dos sindicatos de Enfermeiros com a ministra da Saúde, Marta Temido.

A decisão foi comunicada aos jornalistas à saída do encontro pelo sindicalista José Carlos Martins, que disse que a questão das carreiras ainda não está encerrada.  Segundo o presidente do Sindicato de Enfermeiros Portugueses, apesar de o Governo ter dado resposta atráves do estabelecimento da categoria de enfermeiro especialista, “tudo o resto está muito longe daquilo que é a justa reivindicação: a de uma carreira justa e valorizada”, afiançou.

“O Governo não quer abrir a porta para negociar a aposentação mais cedo e mecanismos de compensação.  A carreira vai introduzir, por isso, elementos de injustiça. Neste quadro, iremos manter a greve de 22 a 25 de janeiro. Um dia de greve por região de saúde”, afirmou José Carlos Martins.

Em relação à carreira, o Governo explicitou que “já cumpriu aquilo que era o compromisso com a enfermagem”, de “consagrar na carreira a categoria de enfermeiro especialista”, e manteve a sua proposta praticamente inalterada, referiu. Também do ponto de vista da grelha salarial “não traduz qualquer valorização remuneratória”, sublinhou.

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O dirigente sindical salientou que a proposta de carreira apresentada “está profundamente longe das justas reivindicações dos enfermeiros e sindicatos”, não havendo “qualquer espaço” para discutir ou negociar a aposentação mais cedo e a compensação por trabalhos por turno.

Os sindicatos já tinham informado não ter grandes expectativas para esta reunião. Além da criação da categoria de enfermeiro especialista, os sindicatos reivindicam o descongelamento das progressões de carreira, os aumentos salariais e a antecipação na idade de reforma.

Enfermeiros não esperam grandes avanços na reunião com o Governo

Esta greve, que começaria na segunda-feira, 14 de janeiro, e que foi suspensa até ao fim deste encontro com o Governo, nada tem a ver com as greves dos enfermeiros nos blocos operatórios — essas dependem das conclusões de mais duas reuniões da tutela convocadas pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), marcadas para esta quinta-feira à tarde.

Estas duas estruturas têm prevista uma nova greve em vários blocos operatórios do país até ao final de fevereiro, tendo reunido um fundo de mais de 420 mil euros numa plataforma ‘online’ para financiar a paralisação, caso não haja acordo hoje com o Governo.