A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta sexta-feira que vão ser contratados mais profissionais de farmácia hospitalar, devido ao “défice” existente neste setor, sem avançar quantos. “Está a fazer-se um esforço para contratar mais profissionais e ainda não é uma realidade que haja uma interrupção nos serviços de Farmácia no Hospital de São João”, explicou a governante, adiantando que as novas contratações poderão acontecer “nos próximos dias”.

“Trata-se de uma situação que importa ultrapassar rapidamente”, disse Marta Temido à margem da inauguração do novo Centro de Saúde de Vila Nova de Foz Côa, no distrito da Guarda.

A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos alertou esta sexta-feira que a segurança dos doentes está posta em causa nos hospitais públicos por falta de profissionais e diz que só falta aos farmacêuticos “lavar o chão” das farmácias hospitalares.

Ana Paula Martins escreveu esta semana uma carta à ministra da Saúde na qual manifesta a sua “maior preocupação” com a falta de recursos humanos nos hospitais, concretamente nas farmácias hospitalares, responsáveis pela preparação dos medicamentos dos doentes.

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“A segurança está em causa porque os farmacêuticos não são em número suficiente para as atividades que já hoje têm”, escreve a bastonária na carta enviada a Marta Temido, em que dá exemplos de atividades que os farmacêuticos tiveram de deixar de realizar nos hospitais.

Em resposta, Marta Temido, já havia dito esta sexta-feira, em Coimbra, que as suas equipas estão a trabalhar para ultrapassar a questão da falta de recursos humanos nas farmácias hospitalares. “A preocupação da senhora bastonária da Ordem dos Farmacêuticos mereceu-me a mesma preocupação, com a circunstância adicional de que à ministra da Saúde cabe-lhe ultrapassar os problemas”, disse Marta Temido.

A administração do Hospital de São João, no Porto, admitiu esta sexta-feira que, devido a “um défice muito relevante” de recursos humanos, “não é possível” manter o Serviço de Farmácia “na sua plenitude”. “Devido à situação deficitária não é possível ao Serviço de Farmácia manter o nível de serviço na sua plenitude e que sempre foi norma no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ)”, afirma a administração do hospital, em comunicado.

De acordo com a nota de imprensa, “não está tomada nenhuma decisão definitiva em relação à manutenção da presença física de farmacêutico durante o período noturno, mas, tal como em outros hospitais, pode não ser possível manter a prestação atual”.