Quatro jogos, quatro vitórias seguidas, 340 minutos sem sofrer golos (a contar) e uma equipa em mutação. Ainda como técnico interino, Bruno Lage arriscou na receção ao Rio Ave o esboço daquilo que começaria a trabalhar com mais afinco nas duas semanas que teria pela frente: uma nova forma de jogar, um modelo diferente, um processo que procurava criar outra identidade. Apesar do desgaste físico pelo calendário apertado, que obriga a redobrada gestão física, o método tem resultado.

A vitória chegou por feeling. Mas o feeling também dá trabalho (a crónica do V. Guimarães-Benfica)

“Senti a equipa cada vez mais consistente e foi isso que aconteceu. Fomos crescendo ao longo do jogo e na primeira parte, tirando os primeiros dez minutos, fomos a melhor equipa. Na segunda parte foi mais repartido, o V. Guimarães encostou-nos um pouco às cordas mas foi nesse momento surgiu o golo. O resultado é sempre justo para quem ganha e estamos satisfeitos com o trabalho de toda a gente”, começou por referir na zona de entrevista rápidas, antes de anunciar, na conferência de imprensa, a mensagem que passou aos jogadores encarnados antes deste reencontro com os minhotos no Dom Afonso Henriques.

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“Sinto o seguinte: estamos numa cidade maravilhosa, num grande clube que é o Vitória, na cidade onde nasceu Portugal. O que disse aos jogadores é que pode ser aqui o início de uma conquista, ganhando aqui podíamos conquistar o público e sabendo que estamos na luta, conquistando o público, tenho dúvidas que não vamos jogar em casa”, explicou. “Penso treino a treino, jogo a jogo. Agora temos uma meia-final que queremos vencer, para estar na final. É continuar a evoluir num sistema novo. Vitória na Taça da Liga? O importante é ganhar ao FC Porto. Temos alguns dias para descansar, vamos a jogo com estas armas”, completou.

Num outro plano, Bruno Lage abordou também algumas opções mais específicas, como a aposta na titularidade de Gabriel ou a troca de avançados esta noite, para explicar de novo a importância do processo coletivo.

“Admito que o sistema pode ter ajudado o Gabriel. Entrou na equipa principalmente pela resposta no treino, que foi uma reposta interessante. Tem-se falado da importância dele, por dar mais músculo ao nosso meio-campo, mas vejo a entrada do Gabriel como uma oportunidade de construir melhor. A partir da entrada dele temos outra oportunidade de sair com segurança, quer a jogar curto, quer a jogar longo”, salientou. “A entrada do Castillo prende-se com duas questões: desgaste do Seferovic e um lado mais estratégico. Sabíamos que o V. Guimarães ia fechar-nos o jogo interior. A partir dos dez, 15 minutos começámos a ter mais espaço, o Castillo começou a empurrar mais a defesa do adversário e começámos a ter maior controlo”, destacou.

“Três jogos em sofrer? A prioridade é fazer evoluir a equipa. Uma das primeiras ideias, querendo jogar em 4x4x2, é saber que temos de estar presentes no movimento defensivo. Tenho de dar uma palavra a todos os jogadores, mas essencialmente aos avançados, que têm de pressionar e depois ainda fazer golos. Têm feito isso”, concluiu o técnico encarnado.