Os fabricantes de automóveis são muito sensíveis em relação à pista antiga de Nürburgring, pois entendem que aí, onde um piso em não muito bom estado se alia a rectas enormes e a zonas extremamente sinuosas, estão reunidas as condições ideais para testar um carro de competição ou com aspirações desportivas. Obviamente, para tentar bater a concorrência ao conquistar o melhor tempo por volta.

Vem isto a propósito de a Volkswagen ter anunciado que o protótipo eléctrico que denominou I.D. R Pikes Peak, concebido especificamente para bater o recorde entre os eléctricos e os não eléctricos na rampa americana, vai tentar repetir a façanha, mas agora no traçado de Nürburgring. E depois de vermos a facilidade com que este Volkswagen, com apenas 680 cv e 650 Nm, bateu o eoPP100 com 1.618 cv e 2.160 Nm, sendo que a diferença de peso não superava 50 kg, não vai difícil ao I.D. R superar o melhor tempo entre os eléctricos na pista alemã.

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É claro que o I.D. R vai abrir mão da denominação Pikes Peak, bem como das imensas asas – a colossal atrás e o proeminente “lábio” à frente, que se destinavam a colar o modelo ao solo a 4.000 metros de altura, onde o ar é mais rarefeito.

O objectivo principal é bater os 6 minutos, 45 segundos e 9 décimos de que o Nio EP9 necessitou para se assumir como o eléctrico mais rápido no traçado antigo de Nürburgring. O que pressupõe ser uma tarefa demasiado fácil, e não que o Nio seja um mau superdesportivo. Porém, não se pode comparar um carro de estrada – com algumas concessões ao luxo e ao conforto, além de bem equipado (o que o obriga a um peso de 1.735 kg) – contra um modelo de competição desprovido de tudo o que não o torna mais veloz.

Os 6.45,9 do Nio deverão passar à história, mas apenas no que toca ao recorde para modelos alimentados por bateria, uma vez que, entre os superdesportivos eléctricos homologados para circular na estrada, o Nio ficará tranquilamente à espera de adversários à altura.