O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau disse esta segunda-feira que uma das estratégias do Governo para estimular a economia passa por atrair “melhores turistas” para o território, dando os europeus como exemplo.

“A nossa política é sempre para atrair melhores turistas para Macau, como turistas europeus, portugueses, espanhóis e ingleses que vêm para apreciar a nossa cultura, (…) a cultura mista entre Portugal e a China”, afirmou Alexis Tam à margem do Fórum Internacional de Gastronomia.

“Temos de atrair melhores turistas que vêm a Macau para apreciarem o nosso património mundial, a nossa cultura e gastronomia, vêm para consumir, para estimular a economia”, defendeu.

O responsável descartou a hipótese de ser criado um limite adicional à entrada de turistas, num ano que, mais uma vez, o território de cerca de 30 quilómetros quadrados ter registado cerca de 35 milhões de visitantes em 2018, cujos números oficiais serão divulgados na quarta-feira.

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“Já existe controlo de turistas individuais da China, só existem 49 cidades chinesas que podem vir a Macau com mais facilidade. (…) Macau não está aberto para todas as cidades chinesas”, ressalvou.

O fórum reúne a maior participação de sempre da Rede de Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) na área da Gastronomia.

Num dos discursos de abertura da iniciativa que junta 21 Cidades Criativas da UNESCO, o secretário-geral da Comissão Nacional da China para a UNESCO, Qin Chanwei, sublinhou que “este evento permite a Macau mostrar às outras cidades parceiras a sua evolução” na gastronomia, bem como “dar o contributo da sua experiência”.

No fim de semana, teve lugar uma iniciativa associada ao fórum, com demonstrações de mais de 30 ‘chefs’ internacionais, representando mais de 20 Cidades Criativas da UNESCO.

Além da região administrativa especial chinesa, estiveram representadas no evento cidades do interior da China, Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Turquia, Espanha, Noruega, Suécia, Itália, Colômbia, México, Brasil, Panamá e Estados Unidos.

A diretora dos Serviços de Turismo de Macau, Helena de Senna Fernandes, defendeu no sábado que, com este tipo de iniciativas, pretende-se “atrair mais turistas para ficarem mais tempo em Macau, e não só nos casinos”, com uma aposta “na cultura, no legado gastronómico”.

Hoje, a especialista sénior em programas de políticas culturais da UNESCO, Denise Bax, frisou que “o fórum de hoje providencia uma poderosa demonstração do papel central da cultura para um desenvolvimento sustentável”.

Macau entrou para a Rede de Cidades Criativas da UNESCO na área da Gastronomia em 31 de outubro de 2017, tornando-se na terceira cidade na China, a seguir a Chengdu e Shunde, a conquistar tal feito.

Após o reconhecimento, foi lançado no início de 2018 o “Ano da Gastronomia de Macau”, uma iniciativa inserida num plano a quatro anos para “forjar uma Cidade Criativa” à boleia da designação recém-atribuída.

Realizado pela primeira vez em 2016, quando Macau preparava a candidatura à Rede de Cidades Criativas de Gastronomia da UNESCO, o Fórum Internacional de Gastronomia pretende ser “uma plataforma de relevo para intercâmbio e exploração de iniciativas de colaboração entre Macau, outras Cidades Criativas de Gastronomia, profissionais e académicos do ramo”.