Os trabalhadores dos impostos e os inspetores tributários e aduaneiros exigem a abertura imediata dos concursos promocionais congelados há vários anos e a clarificação das regras dos procedimentos de mobilidade intercarreiras.

Num comunicado divulgado pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI), na sequência de uma reunião com a direção da Autoridade Tributária e Aduaneira, esta estrutura sindical critica a forma como os Recursos Humanos da AT têm gerido algumas questões e dá conta de situações em que os trabalhadores têm visto “sucessivamente as suas legítimas expetativas defraudadas ou adiadas”.

Em causa estão, segundo refere a estrutura sindical presidida por Paulo Ralha, questões relacionadas com atrasos no processamento dos vencimentos dos trabalhadores no âmbito dos ciclos de avaliação permanente, o congelamento de concursos de promoção ou ainda falta de clarificação de regras do procedimento de mobilidade intercarreiras, nomeadamente no que diz respeito a prazos de início, duração e moldes em que os períodos experimentais vão decorrer.

Em declarações à Lusa, Paulo Ralha referiu que já foi lançado o processo de mobilidade intercarreiras para os trabalhadores licenciados em áreas consideradas orgânicas para a AT (como Direito ou Economia, por exemplo), a que deve seguir-se o procedimento para os licenciados em áreas não orgânicas. Para o STI é igualmente necessário que se crie uma solução para que os funcionários que não são licenciados possam progredir, nomeadamente através do reconhecimento da sua experiência profissional.

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Também em comunicado emitido pela Associação Sindical dos profissionais de Inspeção Tributária e Aduaneira (APIT) após de uma reunião com a direção da AT são salientados os procedimentos concursais e a mobilidade, com a APIT a exigir “uma estratégia integrada que garanta transparência e igualdade no momento e nos parâmetros aplicados”.

A par destes temas, ambas as estruturas sindicais querem que o Governo dê prioridade ao processo de revisão das carreiras especiais da AT. Ainda que esta questão vá além do âmbito de atuação da Direção da AT, a APIT aproveitou a reunião para transmitir “o descontentamento, o mau estar e o descrédito que os sucessivos atrasos e os incumprimentos de calendário criaram nos trabalhadores”. Também o STI salienta que “até ao momento, o Governo continua sem apresentar um projeto articulado de diploma de carreiras para discussão e negociação com os Trabalhadores”.

A inclusão dos trabalhadores das carreiras especiais da AT no universo de funcionários públicos com vínculo por nomeação, a criação de carreiras autónomas e de promoções e a atribuição do estatuto de órgão de polícia criminal à AT e aos seus trabalhadores são algumas das medidas que devem ser tidas em conta neste processo de revisão das carreiras.

Recorde-se que a ausência de uma resposta do Governo relativamente a este processo de revisão das carreiras levou o STI a marcar uma greve entre os dias 26 e 31 de dezembro de 2018.