A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) exigiu na segunda-feira garantias do Governo da Colômbia para fazer regressar a sua delegação às negociações de paz a decorrer em Cuba, interrompidas após um ataque em Bogotá que causou 21 mortos.

“Esperamos que o Governo dê garantias para o retorno” desta delegação de dez homens, disse Pablo Beltran, negociador chefe do ELN, numa entrevista à agência noticiosa francesa AFP.

Beltran afirmou que o seu grupo armado, que reivindicou o atentado, respondeu apenas aos “ataques” do Governo. “Ninguém nos pediu para ficarmos de braços cruzados se formos atacados”, vincou.

Os rebeldes do ELN reivindicaram na segunda-feira o ataque que causou 21 mortos e 68 feridos, na quinta-feira passada, em Bogotá, capital da Colômbia.

“A operação realizada contra essas instalações e tropas é lícita no quadro do direito à guerra. Não houve nenhuma vítima não-combatente”, declarou a direção do ELN, numa nota difundida no ‘site’ da guerrilha colombiana.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na sexta-feira, o Governo colombiano tinha já atribuído ao ELN o ataque com um carro armadilhado contra uma academia de polícia, em Bogotá.

“Ficou claro para toda a Colômbia que o ELN não quer verdadeiramente a paz”, disse o Presidente da Colômbia, Iván Duque, ao citar uma longa lista de sequestros e ataques atribuídos à guerrilha desde o início das negociações de paz, em 2017, com o anterior chefe de Estado Juan Manuel Santos.

Duque pôs fim ao diálogo de paz com o movimento rebelde na sequência do ataque.

“Ordenei o fim da suspensão das ordens de captura contra dez membros do ELN, que integravam a delegação deste grupo em Cuba, e revoguei a resolução que criava condições para a sua permanência neste país”, declarou Duque, numa mensagem transmitida na televisão.