A EDP emitiu dívida híbrida, com vencimento em 2079, cuja procura superou em cerca de três vezes o montante fixado de 1.000 milhões de euros, foi esta quarta-feira anunciado.

“A EDP fixou hoje o preço e o cupão de uma emissão de instrumentos representativos de dívida subordinada no montante de 1.000 milhões de euros, com primeira opção de compra exercível pela EDP cinco anos após a emissão, vencimento em abril de 2079 e uma yield de 4,5% até à primeira data de reset a ocorrer cinco anos e três meses após a emissão (Notes)”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

À Lusa, o presidente executivo da EDP, António Mexia, afirmou, numa nota escrita, que “esta foi uma emissão muito bem recebida pelo mercado, com uma procura que ultrapassou em cerca de três vezes o montante fixado de mil milhões de euros”.

António Mexia notou que, “com este instrumento de dívida subordinada, a EDP reforça a sua estrutura de capital a um custo muito competitivo, ganhando flexibilidade para continuar a desenvolver o seu plano de negócios centrado em energias renováveis”.

O presidente executivo da energética destacou ainda que este é o primeiro Green Hybrid de uma empresa portuguesa, “depois de a EDP, em 2015, ter lançado o primeiro instrumento híbrido e, em 2018, ter feito a primeira emissão de Green Bonds“.

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De acordo com a informação remetida ao mercado, os instrumentos são não-garantidos (unsecured), “sénior apenas relativamente às ações ordinárias da EDP e subordinados às suas obrigações de dívida sénior”. Entre as principais características da emissão encontra-se a “opção de diferir o pagamento de juros, a qual é cumulativa e capitalizável e está sujeita a eventos de pagamento obrigatório”. Por sua vez, o cupão “está sujeito a revisões em datas pré-definidas”, seguindo regras, igualmente, pré-estabelecidas nos termos da emissão.

Segundo o documento, vai ser solicitada a admissão das notes à cotação da Euronext Dublin, destinando-se a emissão ao “financiamento ou refinanciamento, do todo ou em parte, do portfólio de projetos green elegíveis do grupo EDP, que consiste em projetos renováveis — eólicos e solares — da EDP Renováveis”.

A energética esclareceu ainda que esta emissão “permite alongar a vida média da dívida do grupo”, melhorar as suas métricas de crédito e reforçar a flexibilidade financeira. “Nesta transacção, o Deutsche Bank atuou como Banco Estruturador e, juntamente com o Barclays, Crédit Agricole, HSBC, MUFG, NatWest Markets, Santander e UniCredit, como Joint-Lead Managers e Joint-Bookrunners”, lê-se no comunicado.

Na sessão desta quarta-feira da bolsa, a EDP avançou 0,26% para 3,05 euros.