No dia anterior ao que milhares de venezuelanos saem às ruas contra o governo de Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela, o vice-Presidente dos Estados Unidos fez questão de deixar uma mensagem à população, onde demonstrou o apoio ao presidente do parlamento da Venezuela, o opositor Juan Guaidó, e encorajou as manifestações contra o governo de Maduro. “Estaremos convosco [povo venezuelano] até que a democracia seja restaurada”, referiu Mike Pence.

Em nome do Presidente Donald Trump e de todo o povo norte-americano, deixem-me expressar o inabalável apoio dos Estados Unidos à medida que vocês, o povo da Venezuela, elevam as suas vozes num clamor de liberdade”, disse Mike Pence no vídeo que publicou no Twitter nesta terça-feira.

O vice-presidente norte-americano falou ainda de Maduro como “um ditador sem qualquer direito legítimo ao poder”, afirmando que o líder venezuelano “nunca ganhou a presidência numa eleição livre e justa e tem mantido o poder prendendo qualquer um que se ouse opor-se a ele”. Pence referiu que conversou com Guaidó no início do mês e voltou a declarar o apoio dos EUA à oposição, deixando ainda uma mensagem relativa às manifestações desta quarta-feira: “À medida que fizerem as vossas vozes serem ouvidas amanhã [quarta-feira], em nome do povo norte-americano, dizemos às boas pessoas da Venezuela: ‘estamos con ustedes'”.

Mike Pence disse ainda que reconhece a Assembleia Nacional da Venezuela como “o único vestígio de democracia” do país, tendo em conta que é “o único órgão eleito” pelo povo.

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Estamos com vocês, têm o nosso apoio e permanecemos com vocês até que a democracia seja restaurada e que vocês recuperem o vosso direito inato à liberdade”, terminou Pence.

Maduro ordena “revisão total” das relações com os Estados Unidos

Depois das declarações de Pence, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou esta quarta-feira ter ordenado “uma revisão total” das relações com os Estados Unidos.

Decidi e dei a ordem ao ministro de Relações Exteriores, Jorge Rodríguez, para iniciar uma revisão total, absoluta, das relações com o Governo dos Estados Unidos e nas próximas horas tomaremos decisões” de caráter político e de defesa da Constituição, declarou.

Nicolás Maduro falava no palácio presidencial de Miraflores, numa cerimónia do segundo aniversário do Cartão Pátria, que permite o acesso dos beneficiários a programas estatais e a subsídios.

Durante o discurso, transmitido em direto e de maneira obrigatória pela rádios e televisões do país, Maduro instruiu o Ministério Público para castigar os cidadãos que, na noite de segunda-feira, incendiaram a Casa da Cultura Robert Serra, em Caracas. “Que procuremos e metamos estes terroristas na cadeia, e todos os que apareçam [vinculados] e quem os financia”, disse.

Nicolás Maduro acusou o partido opositor Voluntad Popular, ao qual pertence o presidente do parlamento, Juan Guaidó, de estar envolvido no roubo de armamento de uma instalação militar, na segunda-feira. Por outro lado, explicou que as forças revolucionárias venezuelanas não se deixam intimidar por ameaças imperialistas. “Nada nos intimida, porque estamos decididos a dar a nossa vida pelo futuro da Venezuela, pelo povo heroico da Venezuela”, disse.