O grupo cultural guineense, Fórum da Paz, fez esta quarta-feira uma atuação em pleno Quartel-General das Forças Armadas para exortar os militares a preservarem a paz no país em saudação do dia dos Combatentes da Liberdade da Pátria.

Durante mais de três horas, os jovens vestidos de branco percorreram várias dependências do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, exibindo uma réplica da Constituição e um boneco gigante de Amílcar Cabral, o “pai” das independências da Guiné e Cabo Verde.

Entoando cânticos de paz e transportando bonecos de pombos brancos em posição de voo, os jovens do Fórum da Paz, que têm percorrido a Guiné-Bissau, exortaram os militares “a tudo fazerem para que a paz vingue”. Um elemento do grupo, Jacinto Mango, disse à Lusa ser fundamental a manutenção da paz ainda agora que o país se prepara para a realização de eleições legislativas, em março, e as presidenciais, no decorrer deste ano.

Simbolicamente, os jovens entregaram uma bandeira de paz aos militares a quem pediram que a peça esteja sempre no coração de todos, soldados e oficiais. Para o major Quintino dos Reis, combatente da Liberdade da Pátria (veterano da luta armada pela independência) o gesto dos jovens do Fórum da Paz “representa uma chamada de atenção” para que os membros da sociedade castrense continuem na senda da paz que se vive no país, frisou.

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O também diretor do museu militar disse ainda à Lusa que com a atual liderança do Chefe do Estado-Maior General das Forças, general Biague Na Ntan, os soldados sabem da sua responsabilidade na preservação da paz no país. “Porque sem a paz não podemos reconstruir esta terra, nem (trazer) a felicidade para qual os combatentes lutaram, o desejo de ver o desenvolvimento”, e ainda ajudar no crescimento das crianças, observou o veterano da luta armada.

Quintino dos Reis conduziu os membros do grupo cultural às campas de alguns heróis guineenses e de seguida falou-lhes de algumas das peripécias da guerra da independência.

Sobre a efeméride, esta quarta-feira comemorada com feriado nacional, o major considerou o dia 23 de janeiro de 1963, como “data histórica e bela por ter aberto o caminho para independência e liberdade” aos guineenses e outros povos do mundo, disse.

Faz esta quarta-feira 56 anos que os guineenses, sob a liderança de Amílcar Cabral, que foi assassinado a 20 de janeiro de 1973 na Guiné-Conacri, iniciaram a revolta armada contra a presença colonial portuguesa na Guiné-Bissau, tendo o país proclamado, de forma unilateral, a sua independência a 24 de setembro de 1973.