Chama-se MCLExtreme e o nome não podia ser mais apropriado, pois a visão que a McLaren Applied Technologies (MAT) tem de como será a evolução da Fórmula 1 é extremamente futurista. Ainda assim, a marca diz que realizou esta projecção depois de auscultar fãs, ter em conta as metas internacionais para as emissões poluentes e a política tendencialmente pró-electrificação.

O resultado impressiona pelo radicalmente diferente que é da actualidade. Como fórmula, um eléctrico capaz de atingir 500 km/, alimentado por baterias num estágio tal de desenvolvimento que são moldáveis ao pacote aerodinâmico. E este, por sua vez, está longe de ser rígido. Pelo contrário, a ideia é que a aerodinâmica possa adaptar-se às exigências da prova e do circuito, em prol da máxima eficácia.

Se acha que isto tudo é uma loucura, prepare-se porque ainda há mais. Segundo a McLaren, a tecnologia dos futuros fórmulas vai incluir pneus capazes de receber a electricidade para alimentar as baterias. Ou seja, adeus idas às boxes, olá recarga rápida por indução, operação que deverá tardar entre 10 a 30 segundos para completar 50% do carregamento.

A inteligência artificial também terá uma palavra a dizer neste futuro (ainda longínquo), antecipando a casa de Woking que este tipo de sistemas permitirá definir a estratégia de corrida e proceder aos ajustes no carro, de acordo com… o estado de espírito do piloto! Ao profissional que vai ao volante caberá “reflectir as emoções no chassi”, sendo que nem a indumentária foi esquecida nesta projecção, com a McLaren a antever uma “fatiota” especial de corrida, que é como quem diz, especialmente reforçada para lidar com velocidades extremamente altas.

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Para elevar o espectáculo proporcionado pela disciplina máxima do desporto automóvel, é suposto cultivar o “engagement” e, necessariamente, vai mudar o aspecto dos circuitos. Por um lado, porque a mobilidade eléctrica obrigará a pit lanes com capacidade para carregar baterias. Por outro, porque os carros precisarão de rectas mais longas para explorarem a velocidade de ponta, ao mesmo tempo que se aconselha uma maior inclinação no extremo da pista, para que o espectáculo continue a um ritmo “vivo”, mesmo ao descrever as curvas mais fechadas.

Será que vai mesmo ser assim? O director da MAT, Rodi Basso, não se compromete: “Esta é a primeira vez que alguém propõe uma visão detalhada e viável da F1 no futuro. Esperemos que este contributo estimule o debate, para garantir que conseguiremos ir ao encontro das expectativas dos fãs em 2050.” Talvez o melhor seja começar a perguntar aos seus filhos o que eles pensam disto…