Contenhamos a respiração pelos mineiros que trabalham sem descanso para resgatar o pequeno Julen, em Totálan, e esperemos por notícias”. O apelo foi feito num tweet publicado pelo centro de emergências da Andaluzia horas depois de os mineiros da Brigada de Salvamento de Hunosa começarem a descer em direção a Julen, o menino de dois anos que caiu num poço de 100 metros, na localidade de Tótalan, em Málaga.

Quase duas semanas depois e com o túnel paralelo ao poço finalmente terminado, os oito mineiros entraram esta quinta-feira em ação. Ao início da tarde, a plataforma que garante a segurança da equipa de salvamento ficou concluída para que os mineiros pudessem descer a 73 metros de profundidade e, aí, começar a escavar uma galeria em direção ao pequeno Julen.

Os mineiros descem aos pares para uma profundidade de 73 metros (Foto: Twitter)

É a última fase, mas também a mais perigosa de toda a operação que dura desde o passado dia 13 de janeiro. Os oito mineiros vão descendo aos pares, numa cápsula de metal de cerca de 300 quilos, construída de propósito para o resgate. Cada equipa de dois mineiros trabalha 4o minutos, no máximo. Levam consigo uma pá, um pequeno machado e um martelo pneumático. Terão de escavar entre três a quatro metros, na horizontal, até ao local onde acreditam que possa estar Julen — o que deverá demorar cerca de 24 horas.

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A equipa considerada de elite será comandada, nas próximas horas, pelo engenheiro Sergio Tuñon, diretor técnico da Brigada de Salvamento de Hunosa, desde 2012, e pelo engenheiro técnico Antonio Ortega, um dos últimos a integrar a Brigada, de acordo com o jornal La Nueva España. Não é a primeira vez que Sergio Tuñon lidera operações como esta. Em 2015, comandou o resgate de um mineiro falecido em Degaña e, em 2017, de um especialista em grutas que morreu em Vizcaya. Antes, em 1995, fez parte da equipa da tragédia de Nicolasa, em 1995, quando 14 mineiros morreram na sequência de uma explosão no poço San Nicolás, nas Astúrias.

Foi nesta tragédia que morreu Eduardo Augusto Alves, o português residente em Gijón, pai de Lázaro Alves Gutiérrez, um dos oito mineiros envolvidos no resgate de Julen. Dos restantes, Jesús Fernández Prado e Maudilio Suárez são os mais experientes, com mais de 10 anos na área e várias operações realizadas.

Também há novatos envolvidos no resgate do menino de 1o anos. Rubén García Ares é um dos mais jovens do grupo, embora tenha entrado na Brigada há cerca de 9 anos. Em contrapartida, José Antonio Huerta está na equipa há muito pouco tempo. Adrián Villaroel é o mais novo quer em idade, quer em anos de serviço.

Todos arriscam a própria vida para resgatar Julen e acreditam que a noite desta quinta-feira tenha sido a última que o menino de dois anos ficou naquele poço.