O encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Moçambique, Bryan Hunt, disse esta sexta-feira que os empresários norte-americanos querem garantias de segurança para investir no país: “Os investidores precisam de garantias de que existe esforço nacional para abordar e travar o extremismo violento recente na província de Cabo Delgado”, no norte do país, disse Hunt, em alusão à onda de ataques armados protagonizada por grupos desconhecidos em aldeias daquela província.

Hunt falava em Maputo durante o lançamento da 12.ª Cimeira Anual de Negócios Estados Unidos — África, em parceria com o Corporate Council on Africa. A cimeira servirá como uma das principais plataformas para as empresas americanas conhecerem e discutirem com as suas contrapartes africanas as últimas tendências de negócios, comércio, e investimento por todo o continente, onde se espera 1500 participantes.

Para Hunt, os investidores norte-americanos vão querer ver progressos concretos na implementação do desarmamento, desmobilização e reintegração dos antigos guerrilheiros Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), no âmbito dos consensos alcançados entre o Governo e o maior partido de oposição nas negociações de paz.

“Quero salientar tanto ao governo como à Renamo que o progresso rápido nestas áreas será essencial para o bem-estar económico e apelar a que redobrem esses esforços de desmilitarização e reforma eleitoral, com o apoio total da comunidade internacional”, reforçou.

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A realização de eleições livres e justas em 2019 é também uma garantia de que os empresários pretendem vê-las asseguradas, segundo o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos. Hunt acrescentou ainda que as autoridades moçambicanas devem “estancar” as influências e atividades de grupos criminosos organizados envolvidos em tráfico de narcóticos e de vida selvagem e proteger os recursos marítimos e terrestres do país.

Em relação ao processo de dívidas ocultas, em que estão acusados políticos moçambicanos pelas autoridades norte-americanas, não existe uma resposta “fácil”, disse Hunt, considerando que procurar “esconder ou encobrir os detalhes do escândalo não vai atenuar essas preocupações”; pelo contrário, o país deve procurar transparência e responsabilização.

Por seu turno, o primeiro-ministro moçambicano Carlos Agostinho do Rosário disse que a cimeira constitui uma oportunidade para as pequenas, médias e grandes empresas dos EUA, de África e do mundo estabelecerem contactos e parcerias: “Encorajamos o empresariado moçambicano e de África em geral a capitalizar esta plataforma, tendo em conta as iniciativas e oportunidades para promover o comercio e investimento”, disse Agostinho do Rosário.

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