O Governo angolano terá “provavelmente” de rever o Orçamento de Estado se o preço do petróleo continuar abaixo da estimativa de 68 dólares, admitiu esta segunda-feira a secretária de Estado para as Finanças e Tesouro, Vera Daves.

“Quando apresentámos o Orçamento na Assembleia pensámos que estávamos a ser conservadores na estimativa do preço do barril do petróleo a 68 dólares”, afirmou esta segunda-feira em Londres, numa palestra no Instituto Real de Relações Internacionais Chatham House.

Porém, mesmo sendo incerto o impacto da redução da produção determinada pela Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), admitiu que a tendência está aquém do esperado. “Ainda estamos confiantes, mas provavelmente vamos ter de rever o orçamento se a tendência continuar longe”, indicou, durante a palestra intitulada “Reformas Económicas e Gestão Financeira em Angola”.

O preço do barril de petróleo Brent, para entrega em março, abriu esta segunda-feira em baixa no mercado de futuros de Londres, a valer 60,87 dólares, menos 1,17% do que no fecho da sessão anterior. A OPEP e a Rússia assinaram em Viena em dezembro de 2018 um acordo para retirar do mercado 1,2 milhões de barris de petróleo bruto por dia para evitar uma oferta excessiva que baixe os preços do petróleo.

O setor petrolífero representa cerca de 80% das receitas do Estado angolano. De acordo com dados do relatório de fundamentação da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2019, o Governo estima a exportação de cada barril de crude a um preço médio a 68 dólares, face aos 50 dólares inscritos nas contas de 2018.

Na previsão do Governo, a produção média diária de petróleo bruto em 2019, em Angola, será de 1,57 milhões de barris — em linha com a média dos últimos dois anos –, acrescida de 100.000 barris diários de LNG (gás natural).

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