“Uma maldição”. A palavra é forte mas é assim que o L’Équipe decide esta terça-feira referir-se às lesões de Neymar, numa capa inteiramente dedicada ao jogador brasileiro, que na passada semana voltou a lesionar-se no pé direito. O avançado do PSG fraturou novamente o quinto metatarso, assim como tinha acontecido na época anterior — numa lesão que provocou uma ausência prolongada que o colocou em dúvida para o Mundial da Rússia –, e deve agora decidir se quer ou não ser operado. Caso aceite a cirurgia, Neymar não deve voltar aos relvados até ao final de março.

Praticamente certo é que o avançado vai falhar a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, em Old Trafford com o Manchester United, no dia 12 de fevereiro — assim como todos os jogos das competições internas até lá, três para o Campeonato e outro para a Taça de França. “Vai ser muito difícil tê-lo contra o United. Como já expliquei, ainda é muito cedo para adiantar prazos para o regresso. Temos que esperar pela primeira semana e a reação ao tratamento. Só depois disso é que poderemos ser precisos”, disse este domingo Thomas Tuchel, na conferência de imprensa de rescaldo da goleada caseira do PSG perante o Rennes, o primeiro jogo que Neymar falhou.

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Tite, selecionador nacional brasileiro, viajou até Paris para visitar o avançado e colocar-se a par do seu boletim clínico. O treinador fez-se acompanhar por Rodrigo Lasmar, médico da Seleção brasileira que operou o pé direito de Neymar no ano passado, no seguimento de uma lesão no quinto metatarso durante o jogo com o Marselha no final de fevereiro. “Neymar não vai pagar nada com a própria saúde. Vou perder o emprego, mas não vou arcar com a responsabilidade de o convocar lesionado”, garantiu Tite, depois de visitar o jogador.

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Neymar deixou o jogo com o Estrasburgo aos 62 minutos a coxear e em lágrimas e desceu diretamente para o balneário, sem passar pelo banco de suplentes. No final da partida, Tuchel confirmou que o brasileiro tinha ido para o hospital e que a preocupação se prendia com o facto de ser o mesmo pé que o afastou da reta final da temporada 2017/18 e o colocou em dúvida para o Mundial. Ao final da noite, o PSG anunciou nas redes sociais que os primeiros exames realizados apontavam para uma “reativação dolorosa” da fratura efetuada em fevereiro do ano passado e que “todas as opções terapêuticas” seriam consideradas.

Segundo a edição desta terça-feira do L’Équipe, as radiografias feitas ao pé de Neymar revelaram que o avançado sofreu uma falta de consolidação da fratura feita contra o Marselha em 2018: o PSG defende que o jogador deve ser operado outra vez, com vista à cura definitiva, enquanto que a seleção brasileira e a família de Neymar querem que este seja submetido a um tratamento mais conservador para consolidar a zona da fratura. Os prós e os contras de uma e outra situação são fáceis de delinear — caso decida ser operado, Neymar só regressa aos relvados no final de março; caso opte por não realizar uma segunda operação, Neymar estará sempre em risco de voltar a partir o quinto metatarso do pé direito.

Decisões à parte, a verdade é que o avançado brasileiro já falhou mais jogos em temporada e meia no PSG do que em quatro anos no Barcelona. Segundo as contas do Globo, Neymar não esteve presente em 21 jogos dos catalães por lesão, o que representa uma ausência a cada 8,85 jogos. Já em Paris — e em menos de metade do tempo –, Neymar já perdeu 26 jogos devido a lesões, o que diz respeito a uma ausência a cada 2,03 partidas. No Instagram, o jogador partilhou uma imagem onde surge a própria silhueta a deixar o relvado durante o jogo com o Estrasburgo e, além da frase “1% de chance, 99% de fé”, acrescentou a descrição “stay strong”.

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