“Uma maldição”. A palavra é forte mas é assim que o L’Équipe decide esta terça-feira referir-se às lesões de Neymar, numa capa inteiramente dedicada ao jogador brasileiro, que na passada semana voltou a lesionar-se no pé direito. O avançado do PSG fraturou novamente o quinto metatarso, assim como tinha acontecido na época anterior — numa lesão que provocou uma ausência prolongada que o colocou em dúvida para o Mundial da Rússia –, e deve agora decidir se quer ou não ser operado. Caso aceite a cirurgia, Neymar não deve voltar aos relvados até ao final de março.
Voici la une de l'Équipe du mardi 29 janvier.
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— L'ÉQUIPE (@lequipe) January 28, 2019
Praticamente certo é que o avançado vai falhar a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, em Old Trafford com o Manchester United, no dia 12 de fevereiro — assim como todos os jogos das competições internas até lá, três para o Campeonato e outro para a Taça de França. “Vai ser muito difícil tê-lo contra o United. Como já expliquei, ainda é muito cedo para adiantar prazos para o regresso. Temos que esperar pela primeira semana e a reação ao tratamento. Só depois disso é que poderemos ser precisos”, disse este domingo Thomas Tuchel, na conferência de imprensa de rescaldo da goleada caseira do PSG perante o Rennes, o primeiro jogo que Neymar falhou.
Tite, selecionador nacional brasileiro, viajou até Paris para visitar o avançado e colocar-se a par do seu boletim clínico. O treinador fez-se acompanhar por Rodrigo Lasmar, médico da Seleção brasileira que operou o pé direito de Neymar no ano passado, no seguimento de uma lesão no quinto metatarso durante o jogo com o Marselha no final de fevereiro. “Neymar não vai pagar nada com a própria saúde. Vou perder o emprego, mas não vou arcar com a responsabilidade de o convocar lesionado”, garantiu Tite, depois de visitar o jogador.
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Neymar deixou o jogo com o Estrasburgo aos 62 minutos a coxear e em lágrimas e desceu diretamente para o balneário, sem passar pelo banco de suplentes. No final da partida, Tuchel confirmou que o brasileiro tinha ido para o hospital e que a preocupação se prendia com o facto de ser o mesmo pé que o afastou da reta final da temporada 2017/18 e o colocou em dúvida para o Mundial. Ao final da noite, o PSG anunciou nas redes sociais que os primeiros exames realizados apontavam para uma “reativação dolorosa” da fratura efetuada em fevereiro do ano passado e que “todas as opções terapêuticas” seriam consideradas.
Comunicado sobre @neymarjr:
Los primeros exámenes practicados muestran evidencias de una reactivación dolorosa de la lesión del quinto metatarsiano derecho.
El tratamiento dependerá de la evolución en los proximos días.
Todas las opciones terapéuticas serán consideradas. pic.twitter.com/F6ML3y8kWB
— Paris Saint-Germain (@PSG_espanol) January 24, 2019
Segundo a edição desta terça-feira do L’Équipe, as radiografias feitas ao pé de Neymar revelaram que o avançado sofreu uma falta de consolidação da fratura feita contra o Marselha em 2018: o PSG defende que o jogador deve ser operado outra vez, com vista à cura definitiva, enquanto que a seleção brasileira e a família de Neymar querem que este seja submetido a um tratamento mais conservador para consolidar a zona da fratura. Os prós e os contras de uma e outra situação são fáceis de delinear — caso decida ser operado, Neymar só regressa aos relvados no final de março; caso opte por não realizar uma segunda operação, Neymar estará sempre em risco de voltar a partir o quinto metatarso do pé direito.
Decisões à parte, a verdade é que o avançado brasileiro já falhou mais jogos em temporada e meia no PSG do que em quatro anos no Barcelona. Segundo as contas do Globo, Neymar não esteve presente em 21 jogos dos catalães por lesão, o que representa uma ausência a cada 8,85 jogos. Já em Paris — e em menos de metade do tempo –, Neymar já perdeu 26 jogos devido a lesões, o que diz respeito a uma ausência a cada 2,03 partidas. No Instagram, o jogador partilhou uma imagem onde surge a própria silhueta a deixar o relvado durante o jogo com o Estrasburgo e, além da frase “1% de chance, 99% de fé”, acrescentou a descrição “stay strong”.