O cofre verde onde Giuseppe Verdi guardava os seus trabalhos e as suas fontes de inspiração, e que os seus herdeiros quiseram manter fechado durante anos, vai finalmente ser aberto e, em breve, divulgado ao mundo. São 5.434 páginas com esboços, cartas e apontamentos divididos por 17 envelopes que foram guardados num baú construído ainda no século XIX por Marshall Fiels, em Chicago, e que se encontra em Villa Verde, a residência do compositor  em Villanova sull’ Ardana, na provincia italiana de Placência.

O Instituto de Estudos, segundo o ABC, já tinha tido acesso aos documentos em janeiro de 2017, mas só esta terça-feira fez uma antecipação à revista italiana “Classic Voice” e deu alguma informação sobre o tesouro secreto de Verdi. Foi a ex-diretora deste instituto, Alessandra Carlota Pellegrini, quem catalogou os documentos. No cofre verde,  estavam apontamentos referentes às obras de Verdi, como a ópera “Luisa Miller”, e a todas as suas obras mestres, como “La Traviata”,  “Rigoletto”,  “Aida” ou “Don Carlos”. Foram também encontrados documentos que mostram dúvidas e, até outras versões trabalhadas pelo compositor.

Verdi morreu em 1901 sem filhos. Os dois filhos que teve no primeiro casamento morreram ainda crianças. O artista ainda adotou uma sobrinha. Os gerações de herdeiros de Verdi decidiram manter na sua casa o cofre com os seus trabalhos, impedindo que fossem tornados púbicos. Acabaram obrigados a cedê-los depois de o Governo ter invocado um artigo da Constituição que tutela o património histórico e artístico e que, segundo o ABC, obriga a conservar todo o património artístico arquivado — incluindo o que se encontra na posse de privados, prevendo a expropriação dos mesmos.

Há muitos anos que os estudiosos esperavam ter acesso a este tesouro guardado na casa do artista e nunca divulgado pelos seus herdeiros. Os documentos vão ser digitalizados e disponibilizados online.

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