O total de empréstimos concedidos pelos bancos às famílias e às empresas caiu 1,94% em dezembro para 194.602 milhões de euros face ao mês homólogo, segundo dados divulgados, esta terça-feira, pelo Banco de Portugal (BdP).

Já face a novembro de 2018, o total do ‘stock’ do crédito a empresas e famílias caiu 1,26%, já que nesse mês tinha sido de 197.089 milhões de euros.

Na nota estatística que acompanha estes dados, o banco central diz que as variações são “em grande parte explicadas por operações de vendas de carteiras de crédito” que os bancos fizeram em dezembro.

Por segmentos, os empréstimos para compra de habitação eram em dezembro de 97.442 milhões de euros, abaixo dos 98.014 milhões de novembro (-0,58%) e dos 98.670 milhões de dezembro de 2017 (-1,24%).

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Já nas empresas o crédito que estava emprestado em dezembro passado era de 69.082 milhões de euros, abaixo dos 70.941 de novembro (-2,6%) e dos 72.556 de dezembro de 2017 (-4,8%).

Já o crédito ao consumo e outros fins era no último mês do ano passado de 26.120 milhões de euros, neste caso abaixo dos 26.149 milhões de euros de novembro (-0,11%) e acima dos 25.144 milhões de euros de dezembro de 2017 (3,88%).

Quanto a indicadores de incumprimento, o rácio de crédito vencido das famílias foi de 3,4% em dezembro, abaixo dos 3,8% de novembro, sendo que na habitação a percentagem de crédito em incumprimento é ainda menor, de 2,2%.

Já o crédito ao consumo apresenta mais uma vez um peso maior no nível de incumprimento, que era em dezembro de 7,6%.

Quanto ao rácio de crédito vencido das empresas, era então de 9,4%, abaixo dos 11,2% de novembro.

Os rácios de crédito em incumprimento têm vindo a diminuir em todos os segmentos, o que o banco central relacionou também com vendas de carteiras de crédito em dezembro.

O ‘stock’ do crédito diz respeito ao valor global do crédito acumulado concedido pelos bancos e é diferente das novas operações de crédito, que se refere ao novo crédito concedido em cada mês.

Nos últimos dias de 2018, tanto o Novo Banco como o Montepio anunciaram vendas de carteiras de malparado.

O Novo Banco alienou a fundos de investimento 102 mil contratos no valor de 2.150 milhões de euros. Já a Caixa Económica Montepio Geral vendeu 10 mil contratos no valor de 239 milhões de euros a uma empresa da Irlanda. Nenhum divulgou os valores do negócio.

Os bancos vendem a carteira de crédito malparado para melhorar o seu balanço. Contudo, esta medida pode ter um impacto negativo nos resultados caso haja necessidade de suprir a diferença a que os créditos estão registados no balanço e o valor a que são vendidos.