Scott Keogh, o CEO da Volkswagen nos EUA, país onde o construtor alemão sofreu o maior rombo não só em termos financeiros como de imagem, falou abertamente sobre todos os temas do momento com os americanos da Motor Trend. A VW é um gigante, vende mais 10 milhões de veículos por ano, sendo o líder neste domínio à escala global, e apesar de ter suportado penalidades de 30 mil milhões de euros (entre outras obrigações) devido ao Dieselgate, isso não afectou grandemente os seus lucros fabulosos. A sua recente aposta nos veículos eléctricos, em paralelo com as gamas convencionais, com motores a gasolina e a gasóleo, prova que o construtor alemão está decidido a tornar-se um caso sério também nos carros a bateria.

Na entrevista, Scott Keogh admite o fiasco dos TDI e do Dieselgate, mas afirma-se confiante que a marca irá conseguir reconquistar os clientes, acrescentando que se estão a realizar grandes esforços nesse sentido. Isto apesar de reconhecer que vai levar alguns anos e que “os veículos eléctricos deverão ajudar-nos a conseguir a redenção”.

Keogh admite ainda que, ao contrário da Tesla, a aposta da VW no futuro passa pelos concessionários convencionais, apesar de não nos moldes até aqui utilizados, demasiados onerosos para o construtor e, por tabela, para o cliente.

O curioso é que, quando se fala de veículos eléctricos, o CEO da VW nos EUA sublinha que a sua marca tem a vantagem da escala, tanto mais que não pretende avançar apenas com um veículo mas sim com uma extensa gama. Ainda assim, admite que a Tesla detém 50% do mercado, e os restantes 50% vão ser disputados por todos os restantes fabricantes, obviamente VW incluída. E não há de momento ninguém, entre eles, que tenha lançado um veículo a bateria com uma vantagem óbvia sobre a concorrência. Scott Keogh acreditará que o futuro I.D. será o tal veículo eléctrico disruptor que concederá vantagem à marca alemã.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR