Que Hazard quer o Real Madrid e que o Real Madrid quer Hazard, já se sabia. O jogador belga já admitiu várias vezes que jogar pelos merengues seria o realizar de um sonho e o interesse do clube espanhol no número dez do Chelsea é conhecido e quase público. Apesar de ser regularmente o nome mais repetido nos rumores de transferências e o principal protagonista das capas dos desportivos ingleses sempre que as janelas de mercado abrem, Eden Hazard continua em Stamford Bridge e continua a ser o jogador mais importante dos blues, mesmo com as trocas de treinadores a que os adeptos do Chelsea têm assistido.
O clube tem segurado o belga com punho de ferro e resistido às investidas alheias, sempre lideradas pelo Real Madrid. Hazard, porém, nunca escondeu o desejo de se mudar para Madrid e a imprensa inglesa até escreveu no início da temporada que o jogador de 28 anos pergunta regularmente a Mateo Kovačić, croata que está emprestado pelos merengues ao Chelsea, como é a vida no Santiago Bernabéu. A vontade de Hazard tem sido ano após ano contrariada pelo vínculo contratual que o liga ao clube inglês e que tem colocado a cláusula de rescisão em valores a que o Real Madrid ainda não quis chegar. O contrato, contudo, termina no final da próxima temporada e o Chelsea corre o risco de ter de deixar sair o belga a custo zero — isto se Hazard não o deixar até lá e não renovar entretanto.
O Chelsea tem tentado sentar-se com o médio com vista à renovação de contrato mas as conversações não têm sido fáceis: até porque Hazard já referiu que só vai “pensar no futuro” no final da presente temporada. Ainda assim, e caso queira mesmo forçar uma saída, tem a bênção do treinador. Na conferência de imprensa de antevisão da visita ao Bournemouth, em jogo desta quarta-feira a contar para a Premier League, o técnico italiano defendeu que “espera” que Hazard fique em Londres mas que este “deve ir” se quiser. O tópico foi levantado quando Sarri garantiu que não vai deixar sair o jovem Callum Hudson-Odoi, que tem sido alvo de interesse por parte do Bayern Munique, mas esclareceu que o caso de Odoi é completamente diferente do de Hazard.
“A situação do Eden é diferente. O Eden tem 28 anos. Se ele quer ir, acho que tem de ir. Claro que espero o contrário, espero que queira ficar aqui. Tem o potencial para ser o melhor a jogar na Europa neste momento”, explicou o treinador ex-Nápoles. O médio belga, que chegou ao Chelsea em 2012 depois de cinco temporadas ao serviço dos franceses do Lille, foi uma peça fulcral para a conquista da Liga Europa em 2013/13 e da Premier League em 2014/15 e 2016/17 e ganhou um valor de mercado superior àquele que já tinha depois da positiva campanha no Mundial da Rússia com a seleção da Bélgica, onde conquistou o terceiro lugar.
No dia seguinte a Maurizio Sarri ter deixado a porta de saída praticamente escancarada a Hazard, o Manchester United está a negociar a saída de outro belga. De acordo com a BBC, os red devils estão a ultimar os detalhes da transferência de Marouane Fellaini, médio que tantas vezes foi o jóquer de José Mourinho, para os chineses do Shandong Luneng (onde joga o português Pedro Delgado, que passou pela formação do Sporting, do Portimonense e do Inter Milão e chegou a integrar a equipa B dos leões até 2018). O mercado chinês só fecha a 28 de fevereiro mas o clube já terá mesmo acertado todos os pormenores com Fellaini e resta apenas acordar o valor que o Manchester United quer receber pelo médio — que, recorde-se, chegou a Old Trafford em 2013 proveniente do Everton mas assinou um novo contrato em 2018, com término em 2020 e a opção de ser prolongado por mais um ano.
Fellaini, que era uma figura importante do Manchester United de Mourinho, perdeu espaço depois da saída do treinador português e ainda só jogou 31 minutos desde que Ole Gunnar Solskjaer chegou ao comando técnico do clube. Caso a ida para a China se confirme, este é já o segundo jogador high profile que um clube chinês rouba à Premier League durante o presente mercado de inverno — e curiosamente, o segundo belga. Mousa Dembélé, médio de 31 anos que chegou ao Tottenham em 2012 e também esteve no Mundial da Rússia em representação da Bélgica, deixou Londres pelos chineses do Guangzhou R&F a troco de cerca de 11 milhões de libras.
Em Portugal, a surpresa do dia surgiu com o empréstimo de Rúben Semedo ao Rio Ave por parte do Villarreal. Depois de um 2018 para esquecer — o jogador passou cinco meses em prisão preventiva e acabou por ser cedido ao Huesca, de onde foi dispensado por “não entender os valores do clube” –, o central regressa agora a Portugal, onde além do Sporting também representou o V. Setúbal. Nas primeiras palavras enquanto jogador do Rio Ave, Semedo revelou que quer ajudar o clube a chegar aos lugares que dão acesso à Europa e delineou aquele que considera ser “o ponto número um”: ser um bom colega. “Espero ser um bom companheiro, esse é o ponto número um. Quero ajudar em tudo o que estiver ao meu alcance e enquanto jogador acho que posso trazer mais robustez, rapidez e potência no jogo aéreo. Essas são as minhas principais qualidades. Acho que aqui vou ser feliz, vejo isto como oportunidade e não penso muito no tempo que falta”, afirmou o central de 24 anos, que ganha agora uma nova vida em Vila do Conde.