Pelo menos duas pessoas morreram e quatro ficaram feridas numa explosão que ocorreu numa mesquita no sul das Filipinas, três dias depois de um ataque atribuído ao grupo extremista Abu Sayyaf numa catedral, informaram esta quarta-feira as autoridades.

Grupo ligado a Abu Sayyaf é o principal suspeito do atentado de domingo nas Filipinas

Dois homens ainda não identificados lançaram uma granada de mão na mesquita Sitio Logoy Diutay, na cidade de Zamboanga, localizada na região de maioria muçulmana, disse o porta-voz regional do exército à agência de notícias France-Presse. As vítimas, líderes religiosos de outras províncias próximas que estavam de visita, estavam a dormir quando a explosão ocorreu, disse à agência de notícias Efe o chefe da polícia regional de Zamboanga, Emmanuel Licup.

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A polícia está a investigar o possível motivo do ataque, que pode ser uma vingança pessoal entre clãs muçulmanos ou relacionado com o ataque de Sulu no domingo que fez pelo menos 21 mortos e mais de 100 feridos.

Na segunda-feira, a polícia das Filipinas abateu a tiro um membro do grupo extremista Abu Sayyaf, precisamente em Zamboanga, tendo sido encontrados explosivos, uma granada de mão e um litro de um produto químico que ainda está a ser analisado.

Segundo a polícia, Asilon era um membro conhecido do Abu Sayyaf, que jurou lealdade ao grupo extremista Estado Islâmico, que reivindicou o ataque de domingo, no qual duas bombas explodiram com quinze segundos de diferença na catedral de Jolo, capital da província de Sulu.

A polícia está a investigar o possível envolvimento de Asilon com a milícia Ajang-Ajang, a facção de Abu Sayyaf em Sulu que cometeu o ataque reivindicado pelo Estado Islâmico.

O grupo extremista Abu Sayyaf não está ligado ao processo de paz em curso. Especializado em sequestros, o Abu Sayyaf também é acusado dos piores atentados no arquipélago, em particular o realizado contra um ‘ferry’ que causou mais de 100 mortos em 2004.

Os especialistas consideram que o ataque de domingo, um dos mais sangrentos dos últimos anos nas Filipinas, pode contrariar anos de esforços de paz que resultaram num referendo local, na semana passada, que validou a criação de uma nova região autónoma denominada Bangsamoro.