A Venezuela assistiu, esta quarta-feira, a partir das 14h30 (18h30 em Portugal continental), a uma vaga nacional de protestos, convocados por Juan Guaidó, opositor de Nicolás Maduro e presidente da Assembleia Nacional do país que se proclamou presidente interino do país. Ao final da tarde, Guaidó anunciou que apresentará esta quinta-feira às 9h (13h em Portugal continental) o “Plan País”, uma espécie de programa de governo. Na sessão estarão os deputados da Assembleia Nacional do país, a que preside.

Terão sido detidos dois jornalistas da estação francesa Quotidien. A informação foi avançada pela própria estação francesa e confirmada por “fontes diplomáticas francesas” ao El País. Os repórteres terão sido detidos quando recolhiam imagens dos arredores do Palácio de Miraflores, a residência oficial da presidência da Venezuela, segundo a agência de notícias francesa France Presse.

Também foram detidos dois funcionários chilenos da Televisão Nacional do Chile. O paradeiro de ambos esteve várias horas incógnito. Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional do país e autoproclomado presidente interino da Venezuela, usou mesmo a palavra “sequestrados” para comentar o caso: “Em nome de todos os venezuelanos agredecemos a estes corajosos jornalistas chilenos que foram sequestrados por mais de 14 horas.

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Em breve, reinará na Venezuela a liberdade plena de expressão e informação. Estamos a trabalhar sem descanso. A ditadura está cada vez mais débil”, apontou ainda Guaidó.

O Sindicado Nacional dos Trabalhadores da Imprensa da Venezuela avançou que os dois chilenos serão “deportados” no final do dia de hoje, refere o El País.

Maduro: Trump quer “guerra do Vietname”

Em dia de protestos, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou ao ataque contra os Estados Unidos e acusou Donald Trump de querer uma “guerra do Vietname” na América Latina. O comentário do sucessor de Chavez foi feito através da sua conta oficial no Twitter:

“Pessoas dos EUA: peço o vosso apoio para rejeitar a interferência da administração de Donald Trump, que pretende tornar a minha região numa ‘guerra do Vietname’ na América Latina. Não o permitam!”, apontou Maduro.

Antes deste comentário no Twitter, o chefe de Estado da Venezuela tinha dado uma entrevista a uma agência de notícias estatal russa onde acusara Trump de ter encomendado a sua morte “ao governo da Colômbia e à máfia colombiana”.

Maduro: “Trump deu uma ordem para me assassinarem”

Nicolás Maduro promete não recuar, numa altura em que a pressão internacional é cada vez maior. Esta quarta-feira, o líder do Parlamento Europeu (PE) Antonio Tajani expressou apoio veemente a Juan Guaidó, com quem falou ao telefone para dizer que é “o único interlocutor” do PE. E já na quinta-feira será votada uma resolução, submetida pelo Partido Popular Europeu (PPE), que pretende reconhecer Guaidó como presidente. A proposta deverá ser aprovada, avança o El Mundo.

Parlamento Europeu deverá reconhecer Guaidó como presidente da Venezuela esta quinta-feira

O Parlamento Europeu antecipa-se, assim, à própria Comissão Europeia, que, no sábado passado, tinha dado 8 dias a Maduro para convocar eleições antecipadas e abandonar o poder.