A duas semanas do PS anunciar oficialmente a lista às Europeias ainda ninguém no Largo do Rato falou com o cabeça-de-lista nas últimas Europeias. Em meados de janeiro, foi noticiado pela TSF que Francisco Assis não fazia parte dos planos de António Costa, mas o eurodeputado ainda não dá como garantido que terá de fazer as malas até maio. “Nem António Costa, nem ninguém falou ainda comigo“, revelou Francisco Assis ao Observador. Sobre a continuidade em Bruxelas, Assis diz que apesar das notícias que têm vindo a público não se considera “nem dentro, nem fora” da lista socialista ao Parlamento Europeu.

Mas está disponível para continuar? “Eu não posso dizer que estou disponível, só posso dizer que estou disponível mediante qualquer convite, que ainda não chegou. Se chegar, irei ponderar. Se disser agora que estou disponível parece que estou aqui com uma disponibilidade desmedida, o que não é o caso“, explicou o eurodeputado. E acrescentou: “O que lhe posso dizer é que vou continuo a fazer o meu trabalho, como sempre, de forma muito interventiva”.

Já sobre a vontade de continuar como deputado europeu, Francisco Assis não nega que se sente bem no lugar que ocupa: “Gosto de estar no Parlamento Europeu, ainda para mais numa fase decisiva como esta“.

Francisco Assis foi o cabeça-de-lista do PS em 2014 e venceu as eleições, ficando à frente da coligação Aliança Portugal que unia os dois partidos do Governo, PSD e CDS. Entrou numa galeria de socialistas de destaque que ganharam eleições Europeias como cabeças-de-lista (António Vitorino, Mário Soares, António Costa, este último era número dois, mas passou a liderar a lista devido à morte do candidato). A vitória foi, no entanto, curta: 31,46% contra 27.71% da coligação de direita. “Vitória de Pirro”, chamou-lhe o fundador Mário Soares. A pressa de vários setores do partido era grande para afastar Seguro e a tal vitória curta foi o princípio do fim do então secretário-geral.

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No último Congresso do PS, Francisco Assis elogiou António Costa naquilo que foi lido como uma aproximação ao líder depois de ter abandonado a reunião magna do partido em 2014 em protesto pela forma como empurraram o seu discurso para uma hora tardia. Já depois disso, enquanto a “geringonça” não arrancava, Assis ainda deu fôlego ao grupo da Mealhada, mas acabaria mais por elogiar o trabalho de António Costa como primeiro-ministro – não deixando de ser crítico da solução.

Francisco Assis em entrevista: “Costa seria o melhor candidato da esquerda a presidente da Comissão Europeia”