O empresário sul-africano Andre Hanekom que morreu a 23 de janeiro enquanto estava detido pela polícia, no norte de Moçambique, perdeu a vida devido a “causas naturais”, anunciaram as autoridades.

A autópsia indica claramente que o sul-africano teve morte natural ou não provocada”, referiu Armando Wilson, porta-voz do Ministério Público em Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, citado esta sexta-feira pelo jornal Notícias.

Segundo aquele responsável, o exame realizado no Hospital de Pemba a pedido da procuradoria, concluiu que Hanekom padecia de encefalite e faleceu devido a um acidente vascular cerebral (AVC).

A organização internacional Human Rights Watch (HRW) pediu na quinta-feira uma investigação à morte, que classifica como “suspeita”, após cinco meses de detenções irregulares e sob acusações classificadas como “absurdas” por familiares e amigos.

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A esposa, Francis Hanekom, anunciou na quinta-feira, na Internet, que os restos mortais foram transladados para a África do Sul para que seja realizada uma nova autópsia.

Fonte próxima dos familiares relatou à Lusa que Andre “começou a sangrar do estômago no fim de semana [antes de morrer] e que a família suspeitou que tivesse sido envenenado, por estar em convulsões”.

Andre Hanekom foi arrolado como um dos instigadores de ataques armados que desde há um ano acontecem no norte de Moçambique e que já terão provocado cerca de 150 mortos, enquanto a família se diz vítima de poderes interessados nas suas propriedades costeiras.