A primeira-ministra britânica, Theresa May, garante que irá a Bruxelas com “determinação renovada” para renegociar a cláusula do backstop no acordo para o Brexit. A mensagem foi transmitida num artigo de opinião assinado pela própria, publicado no The Telegraph, onde May ensaia ainda um pedido de apoio ao líder da oposição, Jeremy Corbyn.

Apenas alguns dias depois de a Câmara dos Comuns ter votado uma emenda que pede ao Governo que renegoceie o mecanismo aduaneiro encontrado para evitar uma fronteira rígida entre as duas Irlandas (backstop), e em vésperas de se encontrar com os responsáveis europeus, May utiliza um artigo de jornal para passar a sua mensagem que assume um tom bélico:

Quando regressar a Bruxelas vou batalhar pela Grã-Bretanha e pela Irlanda do Norte e irei armada com um mandato refrescado, novas ideias e determinação renovada para alcançar uma solução pragmática que alcance o Brexit que os britânicos votaram, ao mesmo tempo que garanto que não há fronteira rígida entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda. Foi isso que o Parlamento me mandatou para fazer na noite de terça-feira”, escreveu a primeira-ministra.

Para isso, May promete que irá reunir-se antes com “políticos de todos os partidos”, “líderes das maiores organizações sindicais” e “responsáveis das empresas que propelam a economia” britânica. E tenta criar pontes com Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista: “Embora Jeremy Corbyn não tenha votado como nós, ele também acredita que a natureza potencialmente indefinida do backstop é um assunto que precisa de ser tratado com Bruxelas. É exatamente isso que estou a fazer”, diz.

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A primeira-ministra aproveitou ainda para elogiar a atitude de união dos deputados da sua própria bancada, do Partido Conservador, ao unirem-se em torno da recomendação de alteração do backstop.

Fazendo uma retrospetiva sobre a votação de terça-feira passada, Theresa May aproveitou para argumentar que ficou claro no Parlamento não haver qualquer perspetiva sustentável para a realização de um segundo referendo. “Os líderes da campanha por um segundo referendo tiveram a hipótese de apresentar o seu plano perante a Câmara dos Comuns — mas reconheceram que não há uma maioria neste Parlamento para que haja uma nova votação”, declarou. “De facto, acredito que nunca haverá.”

“O relógio está a contar e negociar as alterações que os deputados querem não será fácil”, avisa a primeira-ministra. “Mas se nos unirmos e falarmos a uma só voz, acredito que podemos encontrar o caminho certo.” E, por fim, deixa uma promessa: “Estou determinada em conseguir o Brexit e em consegui-lo a tempo: a 29 de março de 2019.”