Em Inglaterra, foi apenas mais um jogo da 25.ª jornada da Premier League. Em Portugal, foi o encontro dos dois treinadores portugueses no principal escalão inglês e ainda o confronto entre André Gomes, de um lado, e Rui Patrício, João Moutinho, Hélder Costa, Diogo Jota e Ivan Cavaleiro. O Wolverhampton de Nuno Espírito Santo levou a melhor sobre o Everton de Marco Silva num jogo que teve dois golos de portugueses e ainda direito a um invasor especial.

Rúben Neves adiantou o Wolves no marcador, logo aos sete minutos, ao converter uma grande penalidade. André Gomes, com um grande golo, estreou-se a marcar pelo Everton e empatou a partida (27′) mas viu Raúl Jiménez restaurar a vantagem da equipa de Nuno Espírito Santo no último minuto da primeira parte, com uma assistência de João Moutinho. Já no segundo tempo, Dendoncker fez o terceiro dos foxes e confirmou a vitória que põe os Wolves no sétimo lugar da Premier League, a sete pontos do Manchester United (que ainda não jogou nesta jornada), com mais quatro do que o Watford e mais cinco do que o Everton, que perdeu terreno com a derrota caseira e caiu agora para a nona posição da tabela.

Mas o jogo entre os dois treinadores portugueses da Premier League ficou marcado por um episódio algo insólito. A meio da segunda parte, um gato preto atravessou a área defendida pelo Wolverhampton, mesmo junto a Rui Patrício, e interrompeu a partida, provocando gargalhadas e reações divertidas por parte dos jogadores e dos elementos dos dois bancos técnicos. Ora, o gato preto, que em Inglaterra até é sinónimo de boa sorte, não deixa de significar azar em Portugal. E terá sido por isso que Nuno Espírito Santo, na conferência de imprensa de rescaldo da partida, explicou que “não vai querer ver gatos nunca mais” — até porque apesar da vitória e dos preciosos três pontos, o treinador viu Rúben Neves lesionar-se num dos joelhos, numa lesão que ainda não foi desmistificada pelo boletim clínico do Wolves mas que se antevê grave.

Rui Patrício teve um oponente diferente dentro da área este sábado

Espírito Santo acrescentou ainda que estava “orgulhoso do trabalho” que a equipa tinha feito este sábado. “Acho que na primeira parte jogámos melhor do que fizemos na segunda. As duas equipas estavam organizadas, custou manter a equipa compacta, mas o terceiro acabou por decidir tudo. O Everton é uma boa equipa, tem um bom treinador e foi duro jogar nesta atmosfera. Sabemos que o caminho é longo, mas ainda podemos melhorar”, acrescentou o técnico do Wolves. Do outro lado, Marco Silva saiu de Goodison Park sob uma chuva de assobios e garantiu “compreender” a atitude dos adeptos. “Querem que a equipa chegue a uma boa posição na tabela e imagino que não estejam felizes. Temos de continuar a lutar. É um resultado desapontante. Estamos, por vezes, a dar tudo aos adversários, às vezes do nada, como aconteceu com o penálti. Damos-lhe decisões fáceis e não somos agressivos. Os nossos erros jogam contra nós”, disse o técnico ex-Sporting, que já foi eliminado da Taça de Inglaterra e somou a terceira derrota em cinco jogos.

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