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Houve lances por centímetros mas a maior marca mede-se em milímetros (a crónica do V. Guimarães-FC Porto)

Este artigo tem mais de 5 anos

V. Guimarães mostrou-se sempre coeso mas com falta de metros, FC Porto viu última chance falhar por centímetros mas, após o 0-0, a maior marca nos campeões tem milímetros e está na coxa de Marega.

Douglas revelou-se sempre um obstáculo intransponível para o FC Porto e para Soares, que ainda acertou na trave
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Douglas revelou-se sempre um obstáculo intransponível para o FC Porto e para Soares, que ainda acertou na trave

AFP/Getty Images

Douglas revelou-se sempre um obstáculo intransponível para o FC Porto e para Soares, que ainda acertou na trave

AFP/Getty Images

Minho, Cidade Berço, Guimarães. Se existe território onde se deve aplicar a máxima de “o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira” é este, tendo em conta que essa “muleta de ideias” que nos serve tantas vezes de recurso improvidado aparece conotada com um ex-presidente dos minhotos, Pimenta Machado. Esta noite, fez sentido. E sob várias perspetivas possíveis.

FC Porto empata sem golos em Guimarães, Marega sai lesionado e Benfica reduz desvantagem

Antes desta 20.ª jornada do Campeonato, o V. Guimarães era muitas vezes olhado como aquela equipa capaz de jogar de igual para igual com as equipas “grandes” mas que acabava sempre por claudicar e falhar melhores resultados por desconcentrações momentâneas (coletivas e/ou individuais) no processo defensivo, que tinham um preço demasiado elevado. Era como se houvesse traços de quase perfeição visíveis numa obra onde a imperfeição mínima sobressaía sempre. E parecia destino – cada falha, cada golo. Esta noite, os erros foram raros. Raríssimos. E, quando aconteceram, ou acabaram por ser salvos em cima da linha de golo ou passaram a centímetros do poste. Nota 1: o que ontem era verdade, hoje passou a ser mentira.

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Antes desta 20ª jornada do Campeonato, o FC Porto era visto por quase todos como o favorito indiscutível à reconquista do título com uma vantagem que deveria seguir a tendência das últimas jornadas da primeira volta – podia ou não aumentar, mas ficar reduzida, isso, não acontecia. Muitas rondas depois, numa espécie de tempestade perfeita de domingo, sucedeu o que costumava acontecer mas ao contrário: já depois da vitória do Sp. Braga na Vila das Aves, o Benfica ganhou de forma categórica o dérbi em Alvalade frente ao Sporting (que deixou esta noite de entrar neste Totobola) e os azuis e brancos deixaram pontos em Guimarães, que já tinha vencido no Dragão à terceira jornada. E pela primeira vez algum tempo depois, há uma equipa, neste caso o Benfica, que pode voltar a dizer que só depende de si. Nota 2: o que ontem era verdade, hoje pode passar a ser mentira.

Antes desta 20.ª jornada do Campeonato, havia um grau elevado de improbabilidade de surgir um jogo onde o FC Porto não conseguisse marcar. Tinha acontecido na Luz (0-1) e em Alvalade (0-0), encontros que têm sempre um cariz diferente de todos os restantes, ocorreu de novo esta noite em Guimarães. Um dos segredos da formação azul e branca para ganhar mais vezes e em tantas ocasiões passa pela dinâmica ofensiva que consegue empregar e que, mais tarde ou mais cedo, acaba por fazer com que o adversário ceda ao desgaste físico ou à pressão. Isso não aconteceu esta noite, com muito mérito dos vimaranenses à mistura, e os dragões voltaram a perder pontos. Nota 3: o que foi sempre verdade, hoje passou como nunca a ser mentira.

Ficha de jogo

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V. Guimarães-FC Porto, 0-0

20.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Dom Afonso Henriques, em Guimarães

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

V. Guimarães: Douglas; Sacko, Frederico Venâncio, Pedro Henrique, Rafa Soares; Wakaso, Pêpê (Rochinha, 71′), Joseph (Mattheus Oliveira, 80′); Tozé, Davidson e Alexandre Guedes (Whelton, 71′)

Suplentes não utilizados: Miguel; Florent, Tapsoba e Ola John

Treinador: Luís Castro

FC Porto: Iker Casillas; Éder Militão, Pepe (Hernâni, 90+3′), Felipe, Alex Telles; Herrera, Óliver Torres, Corona, Brahimi (Otávio, 67′); Marega (Fernando Andrade, 76′) e Soares

Suplentes não utilizados: Vaná, Wilson Manafá, Loum e Danilo

Treinador: Sérgio Conceição

Ação disciplinar: cartão amarelo a Óliver Torres (65′), Wakaso (89′), Hernâni (90+5′), Herrera (90+8′) e Alex Telles (90+8′)

No limite, tudo se pode reduzir a uma escala. Ao V. Guimarães faltaram metros para aproveitar o período de jogo mais partido para poder levar com mais qualidade e calma a bola até ao último terço – porque quando as aproximações foram feitas dessa forma, os remates apareceram, com mais ou menos perigo. No FC Porto houve variações de centímetros em lances que podiam ter mudado por completo o resultado na ponta final, como o golo anulado a Pepe por fora de jogo ou o remate de ressaca de Otávio que Douglas mais não fez do que desviar com os olhos (sendo que, na primeira parte, também Soares não marcou por centímetros, quando acertou em cheio na trave). No meio do nulo sem golos, há uma questão de milímetros que pode deixar uma marca ainda maior e que passa pelo problema muscular contraído por Marega a 15 minutos do final, que obrigou o maliano a sair em lágrimas de maca, e que pode levar a uma ausência nos oitavos da Champions com a Roma.

Com as equipas sem surpresas em relação ao que estava apontado na antecâmara do encontro, com Pêpê a ocupar a vaga deixada em aberto pelo lesionado André André e Éder Militão a manter-se como lateral direito (mesmo quando quase todos perceberam que o defesa rende mais no centro e quando Maxi está a voltar), a primeira parte teve mais posse, mais remates e mais ataques do FC Porto mas foi-se dividindo irmamente nos lances de perigo ao ritmo de agora-tu-agora-eu junto das duas áreas. E tudo começou com a habitual inspiração de Brahimi, um mestre de cerimónias quando a festa envolve apenas 1×1 que ziguezagueou da esquerda para o centro e rematou em jeito perto do poste da baliza de Douglas, que nada poderia fazer (6′). Uns minutos depois, Rafa Soares deixou uma primeira ameaça (15′); na resposta, Soares acertou na trave (16′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do V. Guimarães-FC Porto em vídeo]

Até ao intervalo, Douglas e Casillas tiveram algumas defesas de grau de dificuldade médio mas golos, nada. Houve mais FC Porto, com mais posse, mais remates e mais ataques, mas o mesmo resultado final contra um V. Guimarães que conseguia colocar bem os laterais no processo ofensivo, como aconteceu em vários momentos com Rafa Soares na esquerda. Era um jogo onde os dois conjuntos conseguiam o mais complicado e desperdiçavam aquilo que parecia ser fácil: no caso dos minhotos, conseguiam sair com dois/três passes para situações de transição rápida com os azuis e brancos mais descompensados mas a inspiração nunca surgia para dar outro seguimento a esses lances; no lado dos portistas, Marega ia ganhando a profundidade que tanto gosta mas pecava nas receções e movimentações seguintes, hipotecando a qualidade das aproximações azuis e brancas.

No segundo tempo, Wakaso mandou no jogo a meio-campo durante 15/20 minutos onde o FC Porto teve o pior momento na partida e o V. Guimarães encontrou maiores facilidades para descer até à área contrária e testar a solidez defensiva dos azuis e brancos; depois, quando já faltava a pilha a elementos que tinham sido fundamentais até aí como Joseph ou Pêpê, um lance em que Corona cabeceou após cruzamento de Alex Telles para defesa de Douglas (64′) acabou por ser o mote para um final mais jogado no meio terreno dos vimaranenses e com o domínio a pertencer na íntegra aos comandados de Sérgio Conceição (os visitados protestaram ainda nessa fase, aos 67′, um segundo amarelo para Óliver, depois de um corte com o braço), que no início tiveram Herrera como catalisador mas depois viram em Óliver uma espécie de luz para os melhores momentos.

Antes de sair lesionado, Marega teve nos pés uma oportunidade flagrante numa rara desatenção dos minhotos mas o remate, que se encaminhava para a baliza, foi desviado por Frederico Venâncio em cima da linha (73′); depois, Corona apareceu isolado na área para dar o último toque mas Douglas fez a mancha (86′); em cima dos 90′, Pepe aproveitou uma assistência de cabeça de Soares para marcar mas o golo acabou por ser anulado por estar em posição adiantada; no período de descontos, numa segunda bola ganha à entrada da área após um canto, Otávio rematou de primeira mas o disparou saiu a rasar o poste. A última tentativa saía a centímetros, o nulo não se alterou mas são os milímetros da lesão do maliano que maior marca podem deixar.

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