Sérgio Conceição é reconhecido por ter apenas uma face: frontal, direta, de quando em vez a puxar pelo sentido de humor, em certas situações mais brusca. No entanto, e depois do nulo em Guimarães, naquele que foi o terceiro jogo no Campeonato em que não marcou (os outros tinham sido na Luz e em Alvalade) e o terceiro empate nas últimas sete partidas depois da histórica série de 18 vitórias consecutivas que superou recordes do clube e igualou o registo máximo em termos nacionais, também o técnico revelou três estados distintos na abordagem ao empate registado no Dom Afonso Henriques.

Houve lances por centímetros mas a maior marca mede-se em milímetros (a crónica do V. Guimarães-FC Porto)

“O falhou? O momento de meter a bola na baliza. Fizemos um jogo bem conseguido, criámos muitas oportunidades e merecíamos a vitória. Infelizmente não fomos eficazes, ou por mérito do adversário ou por algum demérito nosso na hora de concluir. Há jogos assim. A entrega, a vontade dos jogadores foi enorme num jogo muito competitivo, jogado num ambiente de futebol apaixonado, como gosto. Mas tivemos uma terceira equipa que não esteve ao mesmo nível das outras equipas. Sinto que há demasiadas faltas, quando existem não se apitam, depois apita-se por tudo. Vejo o nível deste jogo, a intensidade, e uma terceira equipa que foi mais fraca do que as outras duas”, começou por referir, numa primeira abordagem ao encontro.

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“Marega recuperável para o próximo jogo? Penso que foi algo de mais grave mas só amanhã [segunda-feira] avaliaremos”, resumiu na zona da flash interview. “Não faço a mínima ideia que lesão se trata, querem que faça já a avaliação? Ainda nem vi o Marega. Amanhã vai fazer o exame e o departamento médico vai avaliar a extensão da lesão. Preocupa-me o Marega e todos os jogadores que têm lesões porque queríamos ter toda a gente disponível”, abordou mais tarde na conferência de imprensa, quando existem alguns receios de que o maliano possa ter contraído uma rotura muscular na coxa esquerda.

“Conservador nas substituições? Tenho Manafá, defesa, Loum e Danilo, médios, depois Otávio, Hernâni e Fernando. São três opções atacantes, foi o que fiz. Está a dizer que foi conservador? Só se fosse buscar um avançado a casa ou que entrasse eu em campo. Não é uma questão inteligente. Eu não sou treinador, sou aprendiz… Meti as três opções para a frente e dizem-me que fui conservador?”, comentou de forma mais exaltada, perante uma questão sobre as opções lançadas em campo.

Apesar de ter visto a vantagem para Benfica e Sp. Braga reduzida para três e quatro pontos, respetivamente, Sérgio Conceição manteve um discurso de equilíbrio, onde nem tudo estava ganho antes desta jornada e nem tudo está perdido agora, até porque a equipa continua na frente na luta para revalidar o triunfo no Campeonato. “Já sabíamos que seria assim, não viemos para este jogo confortáveis com nada. Vamos sempre para disputar e ganhar os jogos. Só dependemos de nós, vamos à frente. Hoje não conseguimos, há que dar mérito à organização defensiva do adversário, mas essencialmente houve demérito da nossa parte no momento de meter a bola na baliza. Não fomos capazes nesse momento”, conclui o treinador depois do empate em Guimarães frente ao Vitória, equipa que já tinha ganho no Dragão à terceira jornada por 3-2.