O que é um amigo? Até há uns anos, era qualquer pessoa com quem se mantinha uma relação próxima, uma afeição ou, pelo menos, por quem se nutria algum tipo de respeito. Mas com a chegada das redes sociais, nomeadamente do Facebook, que celebrou quinze anos na segunda-feira, um amigo pode ser outra coisa: alguém com quem se está virtualmente ligado através da Internet. Não conhecemos aquele amigo de lado nenhum, não trocámos uma única palavra com ele. Mas é, ainda assim, um amigo.

A amizade tornou-se ainda mais complexa, mas terminá-la tornou-se provavelmente mais instantâneo: caso essa amizade não sobreviva para lá da Internet, basta clicar no perfil que essa pessoa mantém no Facebook e “desamigá-la”. E já está: qualquer troca de “gostos”, qualquer publicação mal amanhada ou comentário mais desagradável fica para sempre perdido no cosmos — ou, pelo menos, longe do olhar imediato dos internautas.

Se é assim agora, quinze anos após a chegada do Facebook às nossas vidas, como era antigamente? Era preciso afastar-se do outro, marcar encontros longe da proteção dos monitores ou enviar cartas com palavras amargas. Só que isso não apagava aquilo que o Facebook envia para o éter: as fotografias em formato físico.

Se agor, eliminar uma amizade significa nunca mais ter de se cruzar com ela nas redes sociais, seria isso possível antes do Facebook? Sim, era possível. Mas com outras estratégias. A página Vintage Everyday dedicou um artigo a mostrar como é que, antigamente, se “desamigava” alguém e se garantia que o rosto daquela pessoa nunca mais assombrava as suas memórias. Só precisava de uma tesoura ou de uma caneta. E das duas, uma: ou se dedicava a cortar fotografias ou a rasurá-las. Bons velhos tempos ou nem por isso? Recorde na fotogaleria.

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