O número de mortos na sequência da rutura de uma barragem em Brumadinho, no Brasil, a 25 de janeiro, aumentou para 150, sendo que 134 corpos já foram identificados. Cerca de 182 pessoas continuam desaparecidas desaparecidas, de acordo com o último relatório da Defesa Civil citado pelo G1.

Numa conferência de imprensa sobre os trabalhos de busca, o tenente Flávio Godinho, da Defesa Civil, confirmou os novos números de vítimas e informou que as ações de resgate mobilizam cerca de 400 pessoas, entre bombeiros, soldados do Exército e voluntários.

Já Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, acrescentou que a chuva que cai na região levou a alterações nas operações, que estão a ser monitorizadas para não colocar as equipas de resgate em perigo. Aihara afirmou também que as equipas precisam fazer escavações bem profundas para tentar encontrar os corpos das vítimas.

Os trabalhos de recuperação dos corpos são complexos e desenvolvem-se lentamente devido à complexidade do terreno e à montanha de resíduos que, em algumas áreas, atingiu os 20 metros de altura.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo as autoridades, durante o dia de terça-feira foram realizadas explorações em 22 pontos da região afetada pelo desastre com a ajuda de dez helicópteros, barcos e máquinas escavadoras.

O desastre ocorreu quando uma das barragens nas quais se armazenavam resíduos minerais de um complexo mineiro pertencente à empresa Vale em Brumadinho, no município de Minas Gerais, rebentou e gerou uma avalanche de lama que soterrou as instalações da própria empresa e centenas de propriedades rurais.

Brasil. Veja o vídeo do momento em que a barragem de Brumadinho se rompe

Os trabalhos de recuperação dos corpos são complexos e desenvolvem-se lentamente devido à complexidade do terreno e à montanha de resíduos que, em algumas áreas, atingiu os 20 metros de altura.

A justiça brasileira ordenou na terça-feira a libertação provisória de cinco pessoas que foram detidas no passado dia 29 de janeiro, suspeitas de manipular documentos sobre a segurança da barragem que colapsou.

Nessa decisão, o instrutor do caso, o juiz Néfi Cordeiro, considerou que os dois engenheiros da empresa alemã Tüv Süd e os três funcionários da empresa Vale, proprietária da barragem em causa, já testemunharam perante a justiça e não representam um perigo para a sociedade, não vendo assim motivos para os manter presos

A Vale anunciou na semana passada que vai fechar todas as barragens construídas com o mesmo método da de Brumadinho, ou seja, erguidas a partir do próprio lixo e da terra na área.

A empresa já esteve envolvida há três anos num outro acidente semelhante ocorrido numa das minas da sua subsidiária Samarco no Estado de Minas Gerais, na cidade de Mariana, no qual morreram 19 pessoas após a rutura de uma barragem.

(Artigo atualizado às 14h34 com o número de mortos e desaparecidos)