Vai ser proibida a publicação no Instagram de qualquer imagem gráfica ligada ao suicídio ou à automutilação. O The Telegraph avança que a rede social vai alterar os sistemas de procura e recomendação de conteúdos para tornar mais difícil encontrar conteúdo com referências explícitas ao suicídio e a doenças mentais como a ansiedade ou a depressão, mesmo quando estas acompanhem fotografias permitidas. Nesse sentido, posts que possam promover tentativas de automutilação ficam removidos da busca por hastags, da secção “Explorar” e das recomendações personalizadas. A empresa quer ainda desenvolver algoritmos que permitam desfocar imagens duvidosas, deixando ao critério dos utilizadores se querem vê-las na forma original ou não.

As novas regras permitem que posts não gráficos continuem disponíveis, mas com menos destaque. “Se existir um conteúdo na plataforma  ligado à automutilação, mesmo que esteja orientado para a reflexão — como alguém colocar uma fotografia de uma cicatriz e dizer que não se magoa há 30 dias — vai ser muito mais difícil de encontrar”, explicou o presidente do Instagram, Adam Mosseri. A empresa ainda quer criar uma rede de apoio para utilizadores com tendências autodestrutivas, facilitando a procura de ajuda.

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Regras mais apertadas surgem depois do suicídio de jovem inglesa

As mudanças surgiram depois das intensas críticas de que o Instagram foi alvo, pelo papel que teve no suicídio de Molly Russell, um jovem inglesa de 14 anos. O pai da adolescente, Ian Russell, garante que a jovem terá desenvolvido um estado depressivo cada vez mais agravado graças à rede social. O Instagram, como a maioria das redes sociais, recomenda conteúdos aos seus utilizadores baseando-se nos interesses destes. O The Telegraph garante que Molly Russel terá seguido contas ligadas à ansiedade e ao suicídio e que, em resposta, o Instagram terá recomendado cada vez mais conteúdo a promover a automutilação e a comportamentos autodestrutivos.

O governo britânico planeia introduzir legislação para regular as redes sociais e garantir mecanismos que bloqueiem imagens e vídeos ilegais, que mostrem violência ou abuso de crianças, e que impeçam ativamente atos de bullying digital e interações tóxicas. Os responsáveis do Instagram querem agir sem necessidade de regulamentação, mas sem pressa excessiva. “Não temos estado focados como devíamos nos efeitos das imagens gráficas em quem as vê”, admitiu Adam Mosseri, sublinhando que ainda assim a plataforma tem ajudado a salvar vidas, permitindo que amigos e familiares detetem e denunciem tendências suicidas, logo era necessário agir com “velocidade mas responsabilidade”.

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