Mohammed bin Salman, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, disse ao assistente pessoal que usaria “uma bala” em Jamal Khashoggi um ano antes de o jornalista ser morto na embaixada saudita da Turquia, está a noticiar o The New York Times. Numa conversa tida em 2017, Mohammed bin Salman sugeriu que mataria Khashoggi caso ele não voltasse ao país e e não parasse com as críticas à família real saudita.

Essas afirmações foram intercetadas pelas agências de espionagem norte-americanas e confirmadas pelo The New York Times junto de investigadores diretamente relacionados com o caso. A ameaça está a ser usada para sustentar a teoria de que foi a Arábia Saudita que estrangulou até à morte o jornalista dentro do consulado saudita em Istambul. Jamal Khashoggi deslocou-se ao consolado para tratar de documentos para o casamento, mas acabou morto e desmembrado com uma serra. Os restos mortais foram depois tirados do edifício e possivelmente destruídos com ácido.

As novas provas recolhidas pelas autoridades norte-americanas contradizem a posição da Arábia Saudita, que sempre manteve que o príncipe herdeiro nada tinha a ver com o desaparecimento do jornalista. Agora, as agências de espionagem, nomeadamente a Agência Nacional de Segurança, está a analisar todas as comunicações, tanto de voz como texto, de Mohammed bin Salman na busca de mais provas do envolvimento do príncipe neste crime.

Até agora, todas as provas recolhidas apontam o dedo a Mohammed bin Salman. Pouco depois do desaparecimento de Jamal Khashoggi, a CIA já tinha publicado um relatório a dizer que tinha sido o príncipe herdeiro da Arábia Saudita a encomendar a morte do jornalista. Se não existisse a aprovação saudita, Khashoggi nunca tinha sido morto, teoriza a CIA, baseando-se em comunicações feitas pelo príncipe no dia anterior ao crime e nas chamadas feitas entre os criminosos contratados e o assistente pessoal de Mohammed bin Salman.

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