Há mais mulheres a acusar Oscar Árias, o ex-presidente da Costa Rica e vencedor do Prémio Nobel da Paz em 1987, de assédio sexual, de acordo com o jornal The Guardian.

A primeira acusação foi feita pela ativista antinuclear Alexandra Arce von Herold, alegando que o incidente terá ocorrido no dia 1 de dezembro de 2014 em casa do próprio Árias.

Ex-presidente da Costa Rica acusado de abuso sexual

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Depois surgiu o testemunho da jornalista da Costa Rica Eleonora Antillon, que trabalhou para a campanha do Oscar Árias em meados dos anos 80, época em que afirma ter sido assediada.

Uma outra acusação foi feita por Emma Daly, ex-jornalista do jornal Observer e diretora de comunicação de Human Rights Watch em Nova Iorque. Daly recorda que em 1990, quando trabalhava como jornalista, saiu da redação em direção ao hotel em Manágua (capital da Nicarágua) para fazer uma entrevista ao ex-presidente da Costa Rica. Diz que, enquanto tentava fazer uma pergunta, Oscar apalpou os seus seios.

Eu tinha 25 anos. Não me lembro da data exata, mas tenho a certeza de que foi num hotel em Manágua. E estou absolutamente certa do que aconteceu”, recorda Ema Daly.

A ex-jornalista acrescenta que se lembra de ter “um bom relacionamento profissional com Árias” e que não entende o que aconteceu: “Em vez de responder-me, ele parou, colocou a mão entre os meus seios e disse: ‘Não está usar sutiã!’. Fiquei completamente chocada e respondi-lhe: ‘Sim, estou usar um sutiã'”.

Daly explica que decidiu falar abertamente sobre o comportamento de Oscar depois de ser contactada por um jornalista que está investigar o caso e sublinha que se sente desconfortável e estranha pelo facto de “ver-se citada numa história como esta”.

A quarta alegada vítima é Marta Araya Marroni, editora de livros de 53 anos, que diz que, em 2012, Árias colocou a mão na sua perna durante uma reunião. Marta afirma que Prémio Nobel foi sempre respeitoso “até não o ser”: “Fazer-me acreditar que era normal, incomodou-me”, concluiu.

Num breve comunicado, o ex-presidente da Costa Rica nega as acusações. Oscar Árias diz, pelo contrário, que nunca violou a vontade de nenhuma mulher e que lutou pela igualdade de género durante toda a sua carreira.