Morreu o ator britânico Albert Finney, com 82 anos. Foi um dos mais reputados atores do cinema inglês dos anos 1960, 1970 e 1980 e filmou até ao início desta década — o seu último filme, “007: Skyfall”, chegou às salas de cinema em 2012.

Segundo o The Sun, o ator morreu devido a um cancro nos rins. Já uma fonte próxima da família afirmou ao The Guardian que Finney, que estava internado no hospital oncológico Roayl Mardsen, em Londres, morreu de uma “infeção no peito”. Pene e Simon Finney, respetivamente mulher e filho do ator, terão estado a seu lado nos últimos momentos de vida.

O ator foi nomeado para o Óscar de melhor ator quatro vezes pelos filmes “Tom Jones, Romântico e Aventureiro” (de 1963), “Um Crime no Expresso do Oriente” (de 1974), “O Companheiro” (de 1983), e “Debaixo do Vulcão” (de 1984). Foi também nomeado na categoria de melhor ator secundário, pelo papel que desempenhou no filme “Erin Brockovich” (de 2000).

Apesar de nunca ter sido galardoado com um Óscar, Albert Finney foi premido com outros prémios, como os BAFTA (venceu dois), Emmy (foi distinguido com um, pela interpretação de Winston Churchill na série da HBO e BBC “O Homem Que Mudou o Mundo”) e os Globos de Ouro (conquistou três).

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Os papéis, de Tom Jones e Hercule Poirot a George Dunlap e Ed Masry

Albert Finney nasceu em Salford, em Inglaterra, em 1936. Em 1960, apareceu num filme de cinema pela primeira vez: “O Comediante” (de 1960). Porém, foi a sua interpretação no segundo filme que fez, “Sábado à Noite, Domingo de Manhã” (ainda em 1960), que o começou a consolidar como importante novo ator do cinema britânico. O estatuto foi reforçado com o seu filme seguinte, “Tom Jones, Romântico e Aventureiro”, que se estreou em salas de cinema no ano 1963.

Ao longo da carreira — consistente e com mais de 50 anos de duração — Albert Finney interpretou muitas outras personagens marcantes. Nos anos 1970, encarnou Ebenezer Scrooge no filme “Muito obrigado, Sr. Scrooge” (1970) e o detetive dos livros de Agatha Christie Hercule Poirot no filme “Um Crime no Expresso do Oriente” (1974). Já na década seguinte interpretou George Dunlap em “Depois do Amor” (1982), a personagem Sir no filme “O Companheiro” (1983) e Geoffrey Firmin em “Debaixo do Vulcão”.

[Veja abaixo uma espécie de best of da carreira de Albert Finney, com seleção de cenas do jornal The Guardian:]

Se nos anos 1990 Albert Finney não teve a notoriedade no cinema popular que conseguira nas décadas anteriores, regressou à grande forma em 2000, com a interpretação da personagem Ed Masry no filme “Erin Brockovich”, de Steven Soderbergh. Em 2002 foi Winston Churchill na já referida série “O Homem Que Mudou o Mundo” e em 2003 teve novo papel de destaque no filme “O Grande Peixe” (foi Ed Bloom Sr.).

O ator inglês continuou a filmar até ao início desta década. Os seus dois últimos filmes foram “O Legado de Bourne” e “007: Skyfall”, que chegaram ambos às salas de cinema em 2012.

Além de ser reconhecido pelas atuações que interpretou no cinema, o ator também foi produtor de cinema e teve uma experiência breve como realizador, no filme “Um Homem e a Sua História” (1968), de que ainda foi protagonista. Além do cinema, Finney teve uma longa carreira no teatro, tendo recebido várias nomeações para os prestigiados prémios Tony.

“O mundo perdeu um gigante”

Alguns atores e realizadores que com ele trabalharam também já reagiram. Ao jornal inglês The Guardian, o ator Daniel Craig (que contracenou com Finney no último filme do ator inglês a chegar aos ecrãs) afirmou estar “profundamente triste” com a notícia e acrescentou: “O mundo perdeu um gigante. Onde quer que o Albert esteja agora, espero que tenha cavalos por perto e esteja em boa companhia”. Também o ator e comediante dos Monty Python John Clesse expressou a sua tristeza, chamando a Albert Finney “o melhor”.

Sam Mendes, realizador do único filme da saga 007 em que Albert Finney participou, descreveu a notícia da morte do ator como “desesperadamente triste”. Mendes elogiou-o: “Era um dos grandes — um homem brilhante, lindo, com um enorme coração e que adorava viver. A sua falta será terrivelmente sentida”.