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A equipa sem alegria que anda às costas de alguém que ri para não chorar (a crónica do Feirense-Sporting)

Este artigo tem mais de 5 anos

Sporting deixou cair o segredo da melhoria e continua a ser uma equipa amorfa, sem prazer no jogo e dependente de Bruno Fernandes. Vitória com Feirense (3-1) confirmou a regra. E só valeu por isso.

Bruno Fernandes bisou em dez minutos na segunda parte e decidiu o encontro antes de ser substituído por Francisco Geraldes
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Bruno Fernandes bisou em dez minutos na segunda parte e decidiu o encontro antes de ser substituído por Francisco Geraldes

JOSÉ COELHO/LUSA

Bruno Fernandes bisou em dez minutos na segunda parte e decidiu o encontro antes de ser substituído por Francisco Geraldes

JOSÉ COELHO/LUSA

Às vezes nem são necessárias palavras. Ou melhor, convém que essas palavras existam mas as mesmas só têm sentido se fizerem o retrato analítico de imagens. Uma imagem. E essa imagem estava atrás da baliza de André Moreira na primeira parte.

Sporting vence Feirense por 3-1 com bis de Bruno Fernandes e regressa aos triunfos na Liga

No Marcolino de Castro como em tantos outros estádios da Primeira Liga, aquele é o setor destinado aos adeptos visitantes que jogo sim, jogo sim com os “grandes” (e não só porque podemos acrescentar V. Guimarães e Sp. Braga a essa contabilidade) está esgotado. O resto pode ou não estar cheio mas aquele local é sagrado porque se cruzam os adeptos da cidade de origem do clube com os outros que vivem mais perto da zona onde se realiza o jogo. Esta noite, pela terceira vez em 44 dias, o Sporting jogou em Santa Maria da Feira. Na Taça da Liga, aquela bancada estava cheia. Na Taça de Portugal, aquela bancada estava cheia. No Campeonato, aquela bancada esteve longe de encher. Havia muitas cadeiras azuis à mostra, demasiadas cadeiras para o que é normal, com várias mensagens a pedir “Respeito pelos ultras”. As derrotas com o Benfica também deixaram a sua mossa.

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Marcel Keizer, mais do que as alterações táticas e na ideia de jogo que trouxe quando chegou a Alvalade, teve um “segredo” que era o mais simples mas também aquele que maior impacto obtinha: devolver aos jogadores do Sporting a alegria de jogar. Na série de vitórias consecutivas que alcançou no arranque, o conjunto verde e branco estava leve, solto, contente da vida por voltar a ter prazer em algo que, por tudo o que aconteceu em 2018, tinha desaparecido. Depois, vieram os desaires iniciais. As exibições aquém. E nem a conquista da Taça da Liga conseguiu impedir as críticas pela série de resultados menos conseguidos.

Ficha de jogo

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Feirense-Sporting, 1-3

21.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Marcolino de Castro, em Santa Maria da Feira

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

Feirense: André Moreira; Diga, Briseño, Flávio Ramos, Vítor Bruno; Marco Soares, Cris; José Valencia (Mateus Anderson, 62′), Tiago Silva (Lawrence Ofori, 75′), Sturgeon e João Silva (Stivan Petkov, 71′)

Suplentes não utilizados: Dele Alampasu, Bruno Nascimento, Tiago Gomes e Kuca

Treinador: Filipe Martins

Sporting: Renan Ribeiro; Ristovski, Coates, Tiago Ilori, Borja; Gudelj, Wendel (Doumbia, 64′), Bruno Fernandes (Francisco Geraldes, 74′); Diaby (Raphinha, 85′), Acuña e Bas Dost

Suplentes não utilizados: Salin, Abdu Conté, Bruno Gaspar e Luiz Phellype

Treinador: Marcel Keizer

Golos: Briseño (44′, p.b.), Bruno Fernandes (58′ e 68′) e Stivan Petkov (76′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Vítor Bruno (6′), Cris (29′), Wendel (49′), Tiago Silva (62′), Briseño (65′), Doumbia (67′), Flávio Ramos (67′) e Marco Soares (80′)

Hoje, seja pelo desgaste físico do calendário pesado com jogos de três em três dias, seja pela falta de confiança, seja pela diferença já bem grande para os rivais diretos, o Sporting é uma equipa sem alegria em jogar futebol. Uma equipa que continua a ter os seus problemas no eixo do setor defensivo apesar de ter garantido um lateral esquerdo que anda a deixar indicações promissoras (Borja). Uma equipa refém de um ‘6’ que seja capaz de perceber as transições defensivas ao mesmo tempo que saiba por onde, quando e como iniciar a primeira fase de construção. Uma equipa com alas que não conseguem muitas vezes dar a largura que seria necessária ao jogo ofensivo. Uma equipa que consegue servir menos vezes em condições a referência na área, Bas Dost, também ele mais perdulário do que é normal. Uma equipa que tenta recuperar a onda positiva e que, até aí, anda às costas de um artista da bola que ri para não chorar por estar tantas vezes sozinho a remar sozinho: Bruno Fernandes.

Na estreia como treinador do Feirense depois da saída de Nuno Manta Santos, Filipe Martins foi obrigado a fazer mexidas na equipa inicial mas manteve aquele esquema tão típico de colocar um duplo pivô defensivo à frente dos centrais com mais uma unidade no meio-campo que fizesse a ligação aos três elementos mais móveis na frente. Pediu atitude, pediu vontade, pediu agressividade. Uma agressividade que foi levada logo na fase inicial a alguns extremos, como se viu numa entrada despropositada de Marco Soares sobre Bruno Fernandes sem bola no tornozelo (2′, sem amarelo) e outro toque mais duro de Vítor Bruno por trás sobre Diaby (6′, neste caso sancionada com cartão). Entre faltas, faltinhas e faltonas, o Sporting, reforçado por Diaby e Bas Dost na frente, tinha mais bola mas muitas vezes não sabia o que fazer com ela. E até foram os fogaceiros a deixar a primeira ameaça, com João Silva a sair da zona dos centrais leoninos para testar a meia distância, para defesa de Renan (12′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Feirense-Sporting em vídeo]

O Sporting tinha uma tendência assumida de começar a sua construção em zona central para dar depois largura ao jogo nas laterais, sobretudo com Acuña e Borja na esquerda. Problema? A bola não chegava a Dost. E a impaciência crescia com o passar dos minutos, com alguns passes errados sem sentido no flanco direito onde Ristovski e Diaby continuaram a não falar a mesma língua. Já o Feirense queria quebrar essa ideia mostrando uma maior vontade. Em cada lance dividido, em cada metro de campo que havia por conquistar, em cada segunda bola por disputar. E foi com essa vontade que, quase por acaso, ficou perto de fazer o primeiro golo, quando Coates tentou aliviar num pontapé que bateu em Tiago Silva e quase enganou Renan (24′). Na sequência do lance, o caso do jogo: Flávio Ramos tentou desviar ao primeiro poste, Marco Soares levou com a bola nas costas quando o guarda-redes leonino queria salvar mas o golo foi anulado pelo VAR, sem que se percebesse ao certo a razão (25′).

Os protestos fizeram-se sentir em força, dentro e fora das quatro linhas. E na zona dos camarotes havia quase uma espécie de reflexo de sacar do telemóvel, rever a repetição do lance e protestar com a decisão. Pouco depois, mais reclamações mas do lado oposto, a começarem pelo banco dos leões e a alargarem-se às bancadas por causa de uma falta de Vítor Bruno sobre Bas Dost que deixou o holandês no chão e podia ter valido o segundo amarelo ao lateral. Remates verde e brancos, nada. Pelo menos até aos 32′, quando Dost aproveitou um mau corte dos visitados após livre lateral mas viu André Moreira fechar a baliza a tempo – e esta foi a única tentativa até ao intervalo, de uma equipa com média de um remate por cada sete minutos…

Se no lance que dá origem ao golo anulado e até mesmo na forma como esse lance terminou na baliza de Renan Ribeiro os leões tiveram algum azar à mistura, essa realidade inverteu-se poucos minutos depois de uma forma que seria determinante para o resto da partida: primeiro foi o guarda-redes brasileiro a evitar quase por milagre o golo de Sturgeon, que apareceu ao segundo poste num canto após um primeiro desvio (37′); mais tarde, na melhor jogada coletiva do Sporting a conseguir rodar o centro do jogo com Acuña a vir ao meio para lançar Borja na esquerda, o cruzamento que seria para o cabeceamento de Wendel acabou por ser desviado por Briseño para a própria baliza, inaugurando o marcador mesmo em cima do intervalo.

O segundo tempo começou sem alterações. E sem oportunidades. E sem grandes jogadas de registo. O jogo estava embrulhado, muito a meio-campo, com vários passes errados e iniciativas que falhavam sempre na altura de colocar a bola na carreira de tiro para tentar a finalização. Depois, entrou em cena Bruno Fernandes. O do costume. E em dez minutos resolveu o encontro com dois grandes golos – o primeiro, de cabeça na área, após cruzamento de Diaby na direita depois de uma boa variação do centro de jogo (58′); o segundo, de livre direto como na Luz (mas mais perto da área), a fazer passar a bola por cima da barreira e a deixar André Moreira sem reação perante o brilhantismo do remate seco sem hipóteses para o guarda-redes (68′).

Pela primeira vez, Keizer decidiu descansar um pouco aquele que já é o melhor marcador da equipa à frente de Bas Dost, com 20 golos quando estamos ainda no início de fevereiro. Francisco Geraldes teve oportunidade de fazer a estreia na presente época pelo conjunto leonino, tendo começado com três faltas cometidas nos primeiros três minutos. Sem Bruno Fernandes, o Sporting, que nunca existiu a larga escala, eclipsou-se de vez. E, já depois de uma grande defesa de Renan a um cabeceamento de João Silva, Stivan Petkov conseguiu reduzir com um pontapé acrobático na área perante a passividade dos centrais leoninos (76′).

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