Washington não procura abafar o dossiê do assassínio do jornalista saudita Jamal Khashoggi e “trabalha com diligência” no caso, assegurou esta segunda-feira o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.

“Os Estados Unidos não abafam um assassínio”, declarou Pompeo em resposta a jornalistas durante uma deslocação a Budapeste.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, ignorou um apelo do Congresso para se pronunciar sobre o papel no caso do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman.

O Congresso tinha dado a Trump até sexta-feira para tomar uma posição, mas o Presidente recusou o ultimato, tendo os seus próximos evocado a “separação de poderes”.

A administração norte-americana “trabalha com diligência” no dossiê e “continuará a pedir contas a todos os responsáveis” em função dos elementos de que dispõe, disse Pompeo.

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Khashoggi foi assassinado no início de outubro no consulado da Arábia Saudita em Istambul por um comando vindo de Riade. O caso mergulhou a Arábia Saudita numa grave crise diplomática e manchou a reputação do príncipe herdeiro, que é acusado por responsáveis norte-americanos e turcos de ter ordenado a morte do jornalista.

O Senado já deliberou considerar Mohammed bin Salman responsável pelo assassínio do jornalista e vários senadores Democratas e Republicanos apresentaram um projeto de lei para proibir a venda de armas à Arábia Saudita, como retaliação por esse caso.

A questão embaraça a administração norte-americana, preocupada com a preservação da sua aliança estratégica com o reino saudita.

O ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Adel al-Jubeir, disse na sexta-feira em Washington que o seu governo não aceitará que os Estados Unidos investiguem a culpa do príncipe herdeiro no assassínio de Khashoggi. Jubeir considerou que aquela é “uma linha vermelha”, reafirmando não existirem provas da culpa de Mohammed bin Salman no crime.

Pompeo, que efetua uma visita à Europa central, deve encontrar-se esta segunda-feira com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, e é esperado na Eslováquia na terça-feira, deslocando-se depois à Polónia, onde na quarta-feira e na quinta-feira decorre uma conferência dedicada à segurança no Médio Oriente.