O número de trabalhadores por conta de outrem com contratos de trabalho precários atingiu o valor mais alto desde 2011. Os dados são do Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística, avançados na edição impressa desta terça-feira do Jornal de Notícias (ainda sem link disponível).

Em 2011, quando a troika entrou em Portugal, 817,6 mil trabalhadores tinham vínculos laborais instáveis. Ou tinham contratos com termo (contrato com um prazo de duração ou contrato que dura o tempo necessário à substituição de um trabalhador ausente ou à conclusão da tarefa ou obra) ou contratos atípicos (os mais precários, onde se encontram os trabalhos temporários). Em 2018, quase 900 mil trabalhadores tinham este tipo de vínculo laboral: diferença acima 73 mil, em relação a 2011.

Durante estes sete anos, o número de trabalhadores precários tem vindo a subir progressivamente. Os dados apontam também que o setor dos serviços lidera o número de contratos precários, com 70% dos trabalhadores por conta de outrem a trabalhar neste setor. Aqui estão incluídas áreas como a saúde, a hotelaria e o alojamento. Pelo contrário, o setor primário é aquele que tem um menor número de trabalhadores com contratos a termo ou noutro tipo de situação.

O INE também avança que, por género, as mulheres são as mais afetadas pelos contratos precários. Entre 2017 e 2018, registou-se um crescimento muito superior nos contratos a termo para as mulheres (4,2%) do que para os homens (0,3%), bem como nos contratos atípicos, que subiram mais de 6% para as mulheres e 3,1% para os homens.

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