O Presidente da República considerou esta quinta-feira que o crescimento de 2,1% da economia portuguesa em 2018 é “uma notícia razoável” no quadro europeu de desaceleração económica, em relação ao qual expressou preocupação.

Em declarações aos jornalistas, na varanda do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa concordou com a análise do Governo de que a greve dos estivadores “pesou um bocado” na evolução do Produto Interno Bruto (PIB), pelo seu impacto nas exportações.

“Foram dois meses que pesaram”, disse.

Questionado se vê no valor desta quinta-feira divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) um copo meio cheio ou meio vazio, o chefe de Estado respondeu: “Eu acho mais cheio. Mais cheio, embora preocupado com a evolução na Europa”.

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Economia portuguesa cresceu 2,1%, abaixo das previsões do Governo

Segundo o Presidente da República, “o que é preocupante é a evolução europeia” e “aquilo que apesar de tudo é reconfortante é Portugal estar a aguentar melhor do que a média dos países da zona euro e do que a média dos países da União Europeia”.

Se for assim, como aparenta ser, é dentro da má notícia europeia uma notícia razoável, o tal copo meio cheio para Portugal”, considerou, referindo que “temia que ficasse mais perto de 2% do que de 2,1%”.

Marcelo Rebelo de Sousa manifestou-se preocupado com a desaceleração da economia europeia, realçando o seu impacto em Portugal, e em particular com a situação da Alemanha, que “está a desacelerar mais do que se previa, e isso pesa na Europa”.

No seu entender, a economia portuguesa está “a aguentar razoavelmente bem” neste quadro: “Conseguimos crescer mais do que a média dos países da zona euro e aparentemente também crescemos mais do que a União Europeia como um todo”.

Isso é uma notícia muito razoável”, reforçou.

A economia portuguesa cresceu 2,1% em 2018, um valor inferior em 0,7 pontos percentuais ao registado no ano anterior e abaixo da previsão do Governo, que era de 2,3%, divulgou esta quinta-feira o INE.

Segundo a estimativa rápida do INE, “esta evolução resultou do contributo mais negativo da procura externa líquida, verificando-se uma desaceleração das exportações de bens e serviços mais acentuada que a das importações de bens e serviços, e do contributo positivo menos intenso da procura interna, refletindo o crescimento menos acentuado do Investimento”.