Militares venezuelanos fortaleceram na madrugada desta quinta-feira o bloqueio de uma ponte de fronteira com a Colômbia para impedir a entrada no país de ajuda humanitária vinda dos Estados Unidos.

Contudo, existe uma polémica em relação ao “novo” bloqueio. Os contentores foram colocados na ponte Tienditas, para impedir a entrada no país de ajuda humanitária vinda dos Estados Unidos, mas, na verdade a ponte já se encontrava encerrada do lado colombiano desde 2017.

Uma fotografia de Justin Emery circula pela rede social Twitter, demonstra que a ponte esteve fechada desde junho de 2017, ou seja, a ponte de fronteira entre Venezuela e Colômbia não tem acesso há 20 meses. Justin Emery, blogger e fundador da ‘Mindful Technology’, explica no site Medium que sentia “que algo estava errado em relação à fotografia e história. Sou cético sobre o que eu leio (…), por isso, decidi verificar o que estava a ler e conferi no Google Maps”.

Novos contentores foram colocados na ponte Tienditas, que liga as cidades de Cúcuta, na Colômbia, e Ureña, na Venezuela, observaram no local jornalistas da AFP, contando ainda vinte membros armados da guarda nacional a patrulharem a área. Na semana passada, a passagem tinha sido bloqueada por um tanque e dois contentores.

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Os Estados Unidos enviaram várias toneladas de alimentos e medicamentos para Cúcuta, a pedido de Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por Washington, pela maioria dos Estados-membros da União Europeia e dezenas de outros países.

O Governo do Presidente Nicolas Maduro recusa esta ajuda dos Estados Unidos, que acusou de ser um pretexto para uma intervenção militar, e nega a existência de uma crise humanitária no país.

Na terça-feira, Juan Guaidó, num novo desafio a Maduro, assegurou numa manifestação dos seus apoiantes em Caracas que a ajuda entrará no país no dia 23 de fevereiro.

A crise política na Venezuela assumiu nova dimensão a partir de 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e prometeu organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusa-se a convocar eleições e denunciou a iniciativa do presidente do Parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos. Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas. Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

Veja a nossa fotogaleria da ponte Tienditas, ligação entre as cidades de Cúcuta, na Colômbia, e Ureña, na Venezuela.